"Famílias estão a passar por momentos muito difíceis” na Ilha do Pico

Apesar de estarem previstos no Orçamento do Estado, os apoios ao trabalhadores despedidos da conserveira COFACO, na Ilha do Pico, continuam por chegar. “ Estas pessoas e as suas famílias estão a passar por momentos muito difíceis” alerta o Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/AÇORES).

Comunicado do SITACEHT/AÇORES à Comunicação Social:

Situação dos ex-trabalhadores da COFACO do Pico

O Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/AÇORES) vem publicamente mais uma vez manifestar o seu apoio e solidariedade para com os ex-trabalhadores da COFCO do Pico. Estas pessoas e as suas famílias estão a passar por momentos muito difíceis, resultado do encerramento da Fábrica da COFACO do Pico e do despedimento coletivo dos seus trabalhadores, a 05 de maio de 2018. Passados mais de 2 anos do despedimento um número significativo dos trabalhadores já perdeu subsídio de desemprego.

O SITACEHT/AÇORES considera incompreensível e lamentável, o facto de ainda não ter sido aplicada a Resolução 242/2018 da Assembleia da República aos trabalhadores da unidade fabril da COFACO da Madalena, mesmo depois de ter sido aprovada a contemplação da mesma no Orçamento do Estado para 2020.

Foi publicada em Diário da República, há mais de 21 meses, a Resolução da Assembleia da República n.º 242/2018, de 8 de agosto de 2018, que recomenda ao Governo “que institua um regime especial e transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de apoios sociais aos trabalhadores em situação de desemprego nos concelhos de Madalena do Pico, Lajes do Pico e São Roque do Pico, na Região Autónoma dos Açores, e a todos os ex-trabalhadores da fábrica COFACO Pico”.

Esta Resolução, aprovada por unanimidade, foi motivada pela preocupação suscitada com as consequências sociais e económicas do encerramento da empresa conserveira COFACO, na Ilha do Pico. Procurando evitar que o despedimento coletivo dos 162 trabalhadores não tivesse consequências nefastas em todo o mercado de trabalho na Ilha do Pico, colocando-a na iminência de uma catástrofe de grandes proporções e cujos efeitos se agravarão com o aprofundar do círculo vicioso da recessão e do aumento do desemprego a nível local.

O SITACEHT/Açores vai mais longe, para além da situação de injustiça, este é o tipo de comportamento que pouco dignifica a classe política em Portugal. Não basta propor medidas ou tomar medidas, é preciso ir mais longe, fazendo o acompanhamento e o controlo de execução destas medidas, criando as condições para que elas saiam do papel e se concretizem, cumprindo os objectivos, para os quais foram criadas e beneficiar as pessoas.

Para o SITACEHT/AÇORES, para os ex-trabalhadores e para os picoenses em geral é essencial a majoração dos apoios sociais para os trabalhadores, para as suas famílias e para a economia da Ilha, possibilitando assim que não haja uma perda muito significativa do poder de compra e permitindo que o tecido empresarial tenha mais tempo e espaço para se adaptar e ultrapassar a situação.

Neste sentido exigimos a aplicação imediata da Resolução da Assembleia da República n.º 242/2018, de 8 de agosto de 2018, através das seguintes medidas:

  1. Majoração do subsídio de desemprego em termos de prazo (100%) e montante (20%);
  2. Projecto de Formação Profissional para estes trabalhadores;
  3. Acesso à reforma sem penalização, para os trabalhadores com mais de 55 anos.

Estas medidas contribuem para assegurar um nível de vida minimamente digno aos trabalhadores; melhorar os níveis de formação; garantir a passagem à reforma sem penalização de um número significativo de assalariados com mais de 55 anos.

O SITACEHT/AÇORES considera que são de importância estratégica a aplicação de medidas para minimizar o impacto social e económico do encerramento da COFACO da Areia Larga e do desaparecimento de cerca de 300 postos de trabalho diretos e indiretos e no equilíbrio da situação social e económica da Ilha do Pico e da Região, sendo fundamental minorar as dificuldades da população picoense, reconhecendo a especificidade e excecionalidade desta situação.