Em luta contra a precariedade laboral entre os dias 26 e 31.
Os trabalhadores em regime de contrato de trabalho temporário cedidos pela empresa MULTITRAB à Resíduos do Nordeste realizam uma greve ao trabalho normal e suplementar ao longo de toda a próxima semana, e convidam os Órgão de Comunicação Social para uma Conferência de Imprensa nesta segunda-feira (dia 26), pelas 11h00, junto às instalações do Aterro Sanitário de Urjais (Mirandela).
Esta jornada de luta tem como objectivo reivindicar a sua admissão nos quadros da Resíduos do Nordeste, por forma a garantir a manutenção dos seus postos de trabalho após o fim da concessão, que termina no próximo dia 31; o aumento geral dos salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100 euros, para repor o poder de compra perdido nos últimos anos; a actualização da retribuição base mensal mínima na empresa para 850 euros mensais; e o pagamento do subsídio de refeição para o valor de 9 euros/dia.
Esta greve – convocada pelo STAL - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local – é da total responsabilidade da administração Resíduos do Nordeste, que tem insistido em perpetuar a situação de precariedade em que injustamente se encontram este conjunto de trabalhadores, alguns dos quais prestam este serviço essencial há vários anos e sempre em regime de contrato de trabalho temporário.
Tal situação, além de profundamente gravosa dos direitos e das legítimas expectativas dos trabalhadores, é de todo inaceitável, já que a actividade profissional desenvolvida por aqueles corresponde a uma reconhecida necessidade permanente das populações, embora os trabalhadores se mantenham, há anos, com vínculos laborais precários, vivendo na permanente incerteza quanto ao seu futuro profissional, eternamente dependentes da duração dos contratos de concessão.
ETERNAMENTE PRECÁRIOS
O STAL tem procurado encontrar uma solução que ponha termo à “perpetuação” desta precariedade laboral ao longo do processo negocial encetado com a empresa Resíduos do Nordeste. Mas a administração, contrariando as expectativas criadas de que os trabalhadores seriam, finalmente, integrados nos seus quadros, há meses que vem adiando esta justa medida, continuando a não se comprometer com uma data concreta, o que os trabalhadores e o STAL consideram inaceitável.
Tal como é intolerável que quem promove esta situação é uma empresa cujos accionistas são as Associações de Municípios da Terra Quente Transmontana, da Terra Fria do Nordeste Transmontano e do Douro Superior, que engloba os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Vimioso e Vinhais.
Ora, se já no caso de uma empresa privada seria de todo intolerável o desrespeito pelos direitos e justas expectativas dos trabalhadores, no caso concreto da Resíduos do Nordeste, por se tratar de uma empresa intermunicipal, a responsabilidade social tem um valor acrescido.
É caso, por isso, para se questionar sobre a devida responsabilidade social e política destes municípios para com estes trabalhadores e as populações dos seus territórios.
O STAL responsabiliza a administração da empresa Resíduos do Nordeste pelos eventuais incómodos causados às populações, o que, desde já, lamenta, apelando à compreensão e solidariedade para com a luta dos trabalhadores, fundamentais para a prestação do serviço público de qualidade às populações.
Fonte: STAL