Quando se aproxima o início do processo de revisão do Acordo de Empresa (Carris, Carrisbus, Carristur) é preciso dizer ao Conselho de Administração que é tempo de fazer justiça aos trabalhadores.
Porque temos memória não esquecemos o que disseram e o que fizeram. Elogiados para trabalhar, fomos esquecidos no momento de receber.
Primeiro com a actualização salarial de 25€, logo devorada pelo aumento brutal do custo de vida, como o STRUP denunciou e contestou.
Depois com a suposta ausência de verbas no Orçamento e a falta de vontade política para satisfazer a exigência do aumento intercalar dos salários.
Perante isto e na altura em que a CMLisboa (enquanto accionista) e o CA da Carris estão a preparar os Orçamentos para 2023, não são admissíveis mais desculpas esfarrapadas.
Se a CML orçamentou milhões para bicicletas e trotinetas tem obrigação política e moral de transferir para a Carris as verbas necessárias que assegurem a reposição e valorização do poder de compra dos nossos salários.
Esta reivindicação é tanto mais justa quanto a Carris tem registado Resultados positivos, mesmo nos anos da pandemia. Foi assim em 2020 (600 mil euros) e em 2021 (4,5 milhões de euros).
Uma situação que, segundo o Presidente da empresa, se repetirá este ano, com um valor próximo dos 2 milhões de euros, apesar do aumento galopante dos combustíveis.
Para o STRUP é positivo que a empresa tenha lucros, mas os trabalhadores é que não podem ter prejuízo.
Não queremos ser privilegiados, mas não aceitamos ser secundarizados, ostracizados e discriminados.
O tempo é de unidade e de acção. É altura do CA deixar a concepção miserabilista que tem seguido nas relações laborais e passar a considerar, a respeitar e a valorizar os trabalhadores.
Fonte: Fectrans