Solidariedade das Associações Mutualistas não chega aos trabalhadores

Acordo CESP CNIS Confederação Nacional das Instituições de SolidariedadeO CESP nos últimos anos tem desenvolvido esforços para negociar um Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) com a APM – Associação Portuguesa de Mutualidades, com o objectivo de melhorar as condições de trabalho e de vida do sector.

Como sempre, entendemos que aos trabalhadores das Associações Mutualistas aplica-se o CCT das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

Foi para o CESP ponto assente que esse novo CCT para as Mutualidades teria como base os direitos previstos no CCT das IPSS.

Com o desenvolvimento do processo negocial verificou-se que a APM pretendia, através da negociação do novo CCT, agravar e tornar permanente o corte de direitos aos trabalhadores.

Sempre fomos claros que não estaríamos disponíveis para ceder direitos dos trabalhadores e desse modo não prosseguimos no processo negocial por intransigência da APM.

Salienta-se que as associações não apresentaram uma proposta para a tabela salarial.

Os trabalhadores das ASSOCIAÇÕES MUTUALISTAS exigem:

Aumentos salariais;

Cumprimento do Contrato Colectivo aplicado nas IPSS, onde se pratica:

Pagamento do Subsídio de turno (25% três turnos ou dois turnos total ou parcialmente nocturnos; 15% dois turnos, em que um dos turnos é total ou parcialmente nocturno);

Pagamento do trabalho normal em dia feriado a 100% (feriado de escala);

Pagamento do Trabalho Extraordinário, acrescido das seguintes percentagens: 50% na 1ª hora, 75% nas seguintes e 100% em dia de descanso. Com respectivo descanso compensatório;

Pagamento Diuturnidades no valor de 21€ (uma diuturnidade por cada 5 anos de antiguidade na Instituição, até ao limite de 5);

25 dias de férias (22 + 3 de majoração);

Progressão e valorização das Carreiras Profissionais.

Os trabalhadores rejeitam a retirada de direitos que tentam impor com o novo CCT, nomeadamente:

Possibilidade da semana com 6 dias de trabalho para todos os trabalhadores, roubando deste modo 1 folga semanal;

Eliminação da progressão automática nas carreiras;

Pagamento Trabalho Extraordinário, acrescido das seguintes percentagens: 25% na 1ª hora; 37,5% nas seguintes e 50% em dia de descanso;

Possibilidade de deslocação diária até mais 2 horas para além do tempo consumido habitualmente nas deslocações do trabalhador;

Possibilidade da criação de um conjunto de regulamentos feitos pelas Mutualidades e onde os trabalhadores não irão ter qualquer participação;

Eliminação do subsídio de turno;

Redução do pagamento do trabalho normal em dia feriado a 50% (feriado de escala).

É inaceitável esta postura das Associações Mutualistas que recusam o diálogo, insistem em cortar nos direitos e degradar as condições de trabalho dos trabalhadores ao seu serviço.

É inaceitável que não apresentem uma proposta para Tabela Salarial para fazer face ao aumento do custo de vida!

Vamos demonstrar a nossa indignação e dar uma resposta adequada a esta postura inaceitável das Associações Mutualistas.

Vamos exigir a aplicação imediata do Contrato Colectivo das IPSS!

Fonte: CESP