Não aceitamos corredores de imigrantes para aumentar a precariedade

Não aceitamos corredores de imigrantes para aumentar a precariedadeNÃO ACEITAMOS CORREDORES DE IMIGRANTES PARA AUMENTAR A PRECARIEDADE E PÔR EM CAUSA A QUALIDADE DE SERVIÇO!

A FESAHT foi ontem recebida pela Secretária de Estado do Turismo (SET) para analisar a situação social no setor do turismo tendo exigido medidas que melhorem as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores, bem como a qualidade de serviço.

A FESAHT denunciou a propaganda das associações patronais e das empresas, que dizem defender melhores salários e carreiras para atrair trabalhadores para o setor, quando à mesa das negociações propõem o congelamento dos salários ou aumentos miseráveis e retirada de direitos.

A FESAHT denunciou o facto de a maior associação patronal da restauração AHRESP não ter apresentado nenhuma proposta de aumentos salariais para os trabalhadores da restauração e ter apresentado um aumento de 5 euros para milhares de trabalhadores dos hotéis de 3, 2 e 1 estrelas.

A FESAHT denunciou o facto de a associação patronal APHORT ter apresentado uma proposta de congelamento salarial para milhares de trabalhadores da restauração e dos hotéis de 3, 2 e 1 estrelas e pretender acabar com os direitos mais importantes dos trabalhadores, designadamente o pagamento do trabalho em dia feriado, trabalho noturno, alimentação em espécie, abono de falhas, prémio de línguas e diuturnidades, entre outros

A FESAHT denunciou a proposta miserável de aumentos da AHP e a retirada brutal de direitos dos trabalhadores reduzindo o CCT de mais de 160 cláusulas para 17 cláusulas.

A FESAHT denunciou o facto de a associação patronal AHETA recusar negociar salários para o Algarve e as propostas de aumento inaceitáveis da AIHSA.

A FESAHT exigiu do Governo a promoção da negociação da contratação coletiva, como é seu dever, e medidas que garantam o respeitos pelos direitos, a melhoria significativa dos salários, a valorização do trabalho em dia feriado, do trabalho ao fim-de-semana, do trabalho noturno e de estabilidade dos horários que permitam a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar.

Exigiu também que a nova lei hoteleira garanta um quadro mínimo de trabalhadores nos hotéis, pondo termo à precariedade, ao trabalho temporário e prestação de serviços que colocam em causa os direitos dos trabalhadores e a qualidade de serviço.

A FESAHT manifestou-se contra os corredores de imigrantes exigidos pelos patrões e exigiu que, a haver bolsas de imigrantes, seja exigido às empresas um período mínimo de 6 meses de formação profissional em técnicas hoteleiras e língua portuguesa e inglesa, garantias de alojamento e alimentação e a efetividade do vinculo laboral destes trabalhadores.

A FESAHT chamou a atenção da SET para o facto de as empresas do sector não conseguirem absorver e manter os formandos das escolas do Turismo de Portugal, escolas privadas de hotelaria e dos cursos técnicos do Ministério de Educação, que passam os seus estágios nas unidades onde se apercebem dos baixos salários, ritmos intensos de trabalho, horários instáveis, longos e penosos, não valorização do trabalho em dia feriado e do trabalho ao fim-de-semana sem acréscimo remuneratório, e nesse primeiro impacto, veem goradas as expectativas que lhes transmitem e bem os formadores. A FESAHT exortou a senhora Secretaria de Estado do Turismo a refletir, porque os gastos são enormes, são recursos do Estado que são atribuídos, nestas formações sem retorno para o setor.

A FESAHT chamou a atenção para a situação do Estafetas das Plataformas Digitais da restauração que trabalham para a Uber, Glovo e Bolt, para a suas condições de trabalho, para a necessidade de serem reconhecidos como trabalhadores por conta de outrem, cuja proposta atual do Governo entregue na Assembleia da República representa um frete às multinacionais, desresponsabilizando-as.

A FESAHT exigiu que nas novas concessões dos casinos garantam a contratação coletiva e um quadro mínimo de trabalhadores, pondo termo à tendência atual de transformar os casinos em autênticos armazéns de máquinas automáticas, bem como exigiu apoio aos trabalhadores do jogo bancado que perderam mais de 10 mil euros no período de pandemia, enquanto as concessionárias foram apoiadas pelo Estado e nesse período viram aumentar exponencialmente o jogo On-line e as suas receitas.

A FESAHT solicitou informações sobre a situação da sala de jogo do Bingo Boavista e da Académica e reclamou a reabertura de todas as salas de jogo do bingo encerradas.

Fonte: FESAHT