ANA/VINCI: A luta é a única arma dos trabalhadores

Os trabalhadores da ANA/VINCI vão realizar concentrações em todos os aeroportos nacionais, dia 1 de abril, das 12h às 13h, com uma hora de greve para que todos possam manifestar o seu repúdio pelas políticas anti-sociais da empresa (devido à diferença horária nos Aeroportos dos Açores, a concentração e a respetiva greve decorrerá entre as 11h e as 12h locais).

Como todos os trabalhadores da ANA bem sabem, desde há cerca de um ano somos “obrigados a sentarmo-nos à mesa” para alimentar uma farsa negocial, que resultou da inqualificável decisão da VINCI de fazer a denúncia do Acordo de Empresa, com vista à sua liquidação. Lembramos que este AE que apenas consagra direitos básicos já lhe proporcionou mais de mil milhões de euros de lucros, nos últimos anos.

Por proposta do SITAVA, que a empresa se viu forçada a aceitar depois de termos ameaçado que iríamos recorrer à DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), foi possível fazer um interregno na tal farsa negocial e discutirmos uma atualização salarial para fazer face, não só à perda de poder de compra provocado pela inflação verificada no passado ano (1,3%), como, e sobretudo, para tentar minimizar os nefastos efeitos que a atual crise induz nos salários dos trabalhadores.

Como é também do conhecimento de todos, o SITAVA entregou em tempo útil, ainda em dezembro do passado ano, uma proposta de atualização salarial bem fundamentada que, genericamente, previa a atualização das tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária em cerca de 5%. Foi desta base que partimos tendo a empresa manifestado, de imediato, que não tinha qualquer disponibilidade para atualizar os salários dos trabalhadores em mais de 1%. Miseravelmente nem à inflação chegava.

Depois de muita insistência nossa, e de voltarmos a esgrimir a hipótese de fazermos sentar a empresa no Ministério do Trabalho, na última reunião realizada na passada quinta-feira, a empresa mudou de postura e dispôs-se a negociar outros valores tanto nas tabelas como, por exemplo, nas anuidades.

Quando reatámos essa reunião, depois da pausa para almoço, qual não foi o nosso espanto, o discurso da empresa já era outro. Tudo o que parecia ter dito há duas horas atrás, afinal já não era verdade, e agora propunha apenas uma atualização de 1,5%, mas pago só no fim do ano e se os resultados fossem os que eles esperavam. Assim não dá. Assim só nos resta o caminho da luta para defendermos quem trabalha.

Nas últimas duas semanas, o SITAVA fez plenários pelos aeroportos do continente e das regiões autónomas e ouviu os trabalhadores. A posição unânime manifestada, em todo lado, foi a de que chegou o momento de demonstrar o nosso descontentamento.

Quando se sobem taxas aeroportuárias para tentar repor o que a empresa deixou de ganhar, e depois se nega aos trabalhadores o direito de serem também minimamente ressarcidos pelo que também deixaram de ganhar depois de voluntariamente se terem prontificado a ajudar a empresa com as magnânimas reduções salariais, primeiro 20% e depois 10%, está tudo dito. Esta empresa não é digna dos trabalhadores que tem.

E o que dizer da obscena decisão da empresa, de suspender sine die as obrigatórias contribuições para o fundo de pensões? E da permanente chantagem que fazem na mesa negocial dizendo em surdina que, se aceitássemos abdicar do Acordo de Empresa voltavam, de imediato, a contribuir para o fundo de pensões?

E os despedimentos encapotados atirando borda fora todos os trabalhadores que puderem dispensar, devolvendo uns ao Governo Regional da Madeira, como sucedeu com os oito do Porto Santo, e outros através daquilo a que chamam “rescisões por mútuo acordo” que só aparentemente são benéficos para os trabalhadores.

Com esta realidade presente e interpretando fielmente o sentimento de revolta dos trabalhadores manifestado nos plenários que realizámos, temos que fazer sentir à empresa que o descontentamento é real, abrangente e muito grande. Temos que dizer a quem manda que atingimos o limite da capacidade para absorver faltas de consideração.
Agora o caminho tem que ser outro.

Assim:

- Contra a estapafúrdia, ilegal e inaceitável decisão de suspender as contribuições para o fundo de pensões;

- Contra a decisão obscena, e ainda mais cínica de denunciar o Acordo de Empresa;

- Contra os despedimentos encapotados que apenas são bons para a empresa;

- E finalmente por uma atualização salarial que devolva alguma dignidade aos trabalhadores.

Levaremos a efeito uma concentração de trabalhadores em todos os aeroportos nacionais, dia 1 de abril das 12h às 13h, com uma hora de greve para que todos possam participar e gritar bem alto o seu repúdio por estas políticas anti sociais da empresa (devido à diferença horária nos Aeroportos dos Açores, a concentração e a respetiva greve decorrerá entre as 11h e as 12h locais).

Este é o momento de dizer basta à chantagem e prepotência da VINCI!

UNIDOS SOMOS MAIS FORTES

Fonte:SITAVA