USAM defende aumento de salários de maneira a poder responder à subida dos preços

A USAM, em comunicado enviado às redações, insurge-se contra o aumento de preços, sugerindo apenas compreender a validade do mesmo caso este seja acompanhado do respetivo aumento salarial.

"Os trabalhadores, pensionistas e as suas famílias sentem nos seus bolsos o aumento dos preços de bens e serviços essenciais. De acordo com o INE, os preços subiram 2,8% entre Dezembro de 2020 e Dezembro de 2021, acelerando face aos meses anteriores. O aumento foi especialmente acentuado nos produtos energéticos (mais 11,2%) e nos produtos alimentares não transformados (mais 3,2%)", começa por explanar a USAM.

"A agravar a situação, estão novas subidas programadas e que se farão sentir já em Janeiro. A electricidade, o gás, as telecomunicações, os transportes e as portagens, a alimentação (pão, hortaliças, peixe, carne, azeite, etc.), roupa ou seguros têm aumentos anunciados pelas grandes empresas privadas que dominam a maioria destes sectores. Esta dinâmica, captada em parte pelo índice de inflação, não pode ser desligada de outros factores que afectam o custo de vida, sendo os custos com a habitação um dos mais importantes. A evolução dos preços da habitação própria bem como das rendas de habitação dos novos contratos tiveram subidas homólogas de 9,9% e de 7,4%, respectivamente, no 3º trimestre de 2021. O crescente desfasamento entre a evolução dos rendimentos, particularmente dos salários e das pensões, e o aumento do custo de vida, reflecte-se também no aumento da pobreza e exclusão social no nosso país", acrescentam.

Assim, deixam claro que "no espaço de um ano, a pobreza afectou mais 230 mil pessoas e a população pobre ou em exclusão social ultrapassa os 2,3 milhões no final de 2020. Regista-se uma degradação na generalidade dos indicadores respeitantes à incidência e intensidade da pobreza, ao efeito conjugado da pobreza e da exclusão social, às desigualdades na distribuição do rendimento, às consequências no mercado de trabalho e aos efeitos da epidemia na saúde mental e na percentagem de crianças que tiveram aulas à distância. Os efeitos estenderam-se às principais categorias da população embora com maior severidade em relação a grupos sociais específicos como os desempregados e os reformados".

Ademais, a situação também conheceu agravamento junto de quem trabalha, conforme consideram.

"Entre quem trabalha, a pobreza também aumentou, contrariando o discurso oficial e confirmando um enorme impacto, bem superior ao propalado pelo Governo. A degradação das condições de vida para a generalidade da população, não pode ser desligada das consequências que o aumento de preços tem no poder de compra dos salários e de outros rendimentos, os quais não têm acompanhado as subidas de preços. Neste contexto, sem prejuízo da necessidade de medidas imediatas, ganham ainda maior premência as reivindicações da CGTP-IN / USAM: a urgência do aumento geral dos salários de todos os trabalhadores incluindo um maior aumento do salário mínimo nacional, e também das pensões, o combate à precariedade, bem como um aumento da protecção no desemprego e de outras prestações sociais".

A finalizar, a USAM lança o repto para que a mudança surja no ato eleitoral: "Nas eleições do próximo dia 30 de Janeiro é fundamental que o voto dos trabalhadores exija a alteração das opções e das políticas que instituíram este modelo que temos no nosso país e nas Regiões Autónomas, que haja efectiva resposta aos problemas e interesses dos trabalhadores e do país. Com o seu voto, os trabalhadores têm o poder de eleger deputados que garantam essa resposta e que, com a sua acção e intervenção dêem expressão à luta desenvolvida nas empresas e locais de trabalho pela elevação das condições de trabalho e de vida no nosso país", concluem.

 

Fonte: JM-Madeira (ler mais)JM-Madeira (ler mais)