Administração da EDP deve pagar a disponibilidade

A Fiequimetal e os sindicatos continuam a recolher manifestações de descontentamento dos trabalhadores, num abaixo-assinado em forma de cartas individuais, reclamando o aumento do valor da hora nas escalas de disponibilidade, cuja negociação a EDP atrasa desde o início do ano.

No texto que os trabalhadores estão a subscrever, cada um declara que não pretende integrar a escala de disponibilidade em 2022, invocando aquilo que sobre a matéria determina o Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) do Grupo EDP.

A administração exige um compromisso de permanência no regime de disponibilidade durante cinco anos, para o que aceita aumentar em alguns cêntimos o subsídio correspondente. Desta forma, a administração da EDP desvaloriza quem limita a sua vida pessoa para manter o serviço fora da hora de trabalho, para manter ou até aumentar os lucros dos accionistas.

Da administração é exigida pelos trabalhadores uma negociação séria, da qual resulte um aumento digno do subsídio de disponibilidade, de modo a que o seu valor mínimo por hora seja equivalente à BR17 (base remuneratória na tabela do ACT) e também para que esse valor seja igual para todos os trabalhadores neste regime.

Negociação a sério

Os sindicatos (SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte) e a Fiequimetal não aceitam as regras que a administração tentou impor a 5 de Maio, por acto de gestão, e que não valorizam os trabalhadores que cumprem as escalas de disponibilidade.

Passados sete meses de reuniões, a administração da EDP continua a atrasar uma negociação que se quer séria sobre o valor da disponibilidade.

Mesmo depois de comunicar que iria enviar à federação e aos sindicatos um novo protocolo para negociar, este não chegou.

Está marcada para 15 de Setembro a próxima reunião de representantes da administração e da comissão negociadora sindical da Fiequimetal, para tratar esta e outras matérias pendentes (que a Fiequimetal e os sindicatos exigiram ser discutidas, mesmo depois de a administração dar por encerradas as negociações salariais).

Não se pode ficar mais tempo à espera. Nestas semanas, vai intensificar-se a recolha de assinaturas, centrada nos sindicatos, de forma a que a administração perceba a mensagem em tempo útil.

Exige-se proposta sobre progressão

Na reunião de 28 de Julho, a administração abordou a questão das progressões nas carreiras, mas não apresentou qualquer proposta. Espera-se que a traga para a reunião de 15 de Setembro.

Naquela reunião, a Fiequimetal formalizou a proposta sindical para melhoria das progressões, focando dois objectivos principais: reduzir o tempo de progressão e garantir os pontos remanescentes.

Prémio «pandemia»

Depois de a Fiequimetal contestar a exclusão dos trabalhadores da EDP Renováveis na atribuição do «prémio extraordinário - pandemia», a administração informou que iria corrigir a discriminação.

Outra vez o «POAC-RD»

Perante o risco elevado de incêndios florestais, a E-Redes voltou a recorrer ao denominado Plano Operacional de Atuação em Crise na Rede de Distribuição (POAC-RD), sem que estivesse definido como iriam os trabalhadores ser remunerados por esta «prevenção».

Em comunicado, a Fiequimetal apelou a que os trabalhadores convocados pedissem às hierarquias uma confirmação por escrito, com a informação do valor a pagar por esse trabalho.