MOVIJOVEM RECUSA AUMENTOS SALARIAIS EM 2021
MAS OFERECEU E OFERECE CAMAS SEM CONTRAPARTIDAS
A FESAHT/Sindicatos apresentou à direção da Movijovem, em dezembro de 2020, uma proposta de revisão do AE para 2021.
Da proposta sindical enviada à Movijovem constava, aumento salarial de 90 euros, atualização do abono para falhas para 30 euros, atualização do subsídio de alimentação para 6 euros diários.
Realizaram-se duas reuniões de negociação com a direção da Movijovem. A Movijovem recusa negociar qualquer aumento salarial para 2021. A FESAHT não se conforma com esta posição da Movijovem.
Os salários praticados pela Movijovem são muito baixos. No ano passado a direção da Movijovem comprometeu-se a pagar, sempre, salários superiores ao Salário Mínimo Nacional. Contudo, a maioria dos trabalhadores já foram apanhados, mais uma vez, pelo Salário Mínimo Nacional.
A Movijovem alega prejuízos devido à pandemia e ao encerramento das Pousadas de Juventude, mas a generalidade dos trabalhadores das Pousadas de Juventude estiveram em lay-off.
A Movijovem recebeu apoios do Estado.
As pousadas já podiam estar abertas há muito tempo.
A direção da Movijovem decidiu, e a nosso ver muito bem, colocar os edifícios das Pousadas de Juventude ao serviço das Câmaras Municipais e do Governo durante a pandemia. Contudo, não exigiu destas entidades as compensações devidas e isso não concordamos.
Se o Governo e as Câmaras Municipais tivessem pago 100 euros + IVA por cada alojamento diário para 4 pessoas como o Estado pagou ao empreendimento turístico privado Zmar, a Movijovem não tinha o prejuízo que alega, pelo contrário, teria lucros.
Bastava que o Estado pagasse à Movijovem o mesmo que pagou ao empreendimento turístico Zmar pelas pousadas do Parque das Nações entregue à Cruz Vermelha e do centro e Lisboa entregue à Câmara Municipal de Lisboa para reverter a situação e em lugar de prejuízo teria lucros.
Recorde-se que, além de não reclamar devidamente compensações por camas disponíveis nas Pousadas de Juventude para os utentes da Covid-19, a Movijovem ainda teve e tem de pagar água, luz, telefone e reparações avultadas devido às ocupações.
Não podem ser os trabalhadores das Pousadas de Juventude com os seus magros salários a pagar a incúria da direção da Movijovem
Os sindicatos estão a realizar plenários de trabalhadores nas pousadas e admitem formas de luta que obriguem a Movijovem a rever a sua posição.
Fonte: FESAHT