Os trabalhadores da Eurest, que exercem a sua atividade profissional na cantina da escola EB1 Augusto Lessa, no Porto, vão recorrer à greve, dia 28 do corrente, segunda-feira, contra o despedimento coletivo promovido recentemente pela Eurest de 146 trabalhadores e de solidariedade com uma das trabalhadoras afetadas pelo mesmo cujo posto de trabalho era na cantina do Cerco do Porto do EFP mas que há muito tempo foi transferida para esta unidade.
A trabalhadora é necessária nos dois postos de trabalho, mas, mesmo assim, foi incluída no despedimento coletivo.
Recorde-se que:
A Eurest tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros anualmente, dá milhões de lucros todos os anos e recebeu apoios do Estado neste período de pandemia.
Não há nenhum motivo para a empresa recorrer a despedimentos coletivos. O motivo alegado pela empresa da covid-19 é temporário e circunstancial. Não há mais nenhuma empresa do setor das cantinas e refeitórios que tenha recorrido a despedimentos coletivos.
Não tem qualquer fundamento uma empresa que desenvolve a sua atividade concorrendo a concursos públicos para explorar serviços de refeições fazer despedimentos coletivos pois, se entender que o caderno de encargos não é viável, basta não concorrer.
Tomemos como exemplo as cantinas do IEFP: houve concurso público no final do ano 2020, a empresa já explorava o serviço de refeições do IEFP, conhecia o quadro de pessoal e os custos respetivos, sabe que há um caderno de encargos para cumprir com o número de trabalhadores e categorias mínimas, porque concorreu a este concurso se entendia não ser rentável? Para logo a seguir despedir dezenas de trabalhadores?
A empresa despede e contrata de imediato trabalhadores a termo, diretamente ou através de empresas de trabalho temporário, para os mesmos postos de trabalho, o que demonstra que precisa dos trabalhadores, que o despedimento coletivo não é feito para garantir os demais postos de trabalho.
Neste segundo despedimento coletivo, depois da intervenção do sindicato no processo de informação e negociação, a empresa reduziu de 146 para 85 trabalhadores, tendo, por isso retirado 61 trabalhadores do processo, mas devia ter anulado o processo por não haver motivo fundamentado.
Os trabalhadores vão concentrar-se à porta da escola e, pelas 8:30 horas, vai ser dada uma conferência de imprensa no local para melhor explicar a situação desta e de outros trabalhadores.
Fonte: Sindicato de Hotelaria do Norte