GREVE NACIONAL ARRANCA EM FORÇA NAS AUTARQUIAS
Recolha do lixo paralisada ao início da noite
A Greve Nacional da Administração Pública regista, ao início da noite, uma forte adesão na Administração Local, particularmente nos sectores da higiene urbana e dos transportes, e o STAL espera uma elevada adesão na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais. Nos primeiros serviços de recolha nocturna a entrar em funcionamento – Loures, Odivelas, Amadora, Moita, Évora, Seixal, Palmela, Almada e Setúbal – registou-se uma adesão de 100%, não tendo sido efectuada a recolha de lixo nestes concelhos. Lisboa e Sintra, por seu lado, registaram uma adesão muito significativa, tendo a recolha sido fortemente afectada.
Os dados conhecidos até ao momento na Administração Local revelam uma forte adesão à paralisação – inserida no Dia Nacional de Luta promovida pela Frente Comum –, um sinal claro de que os trabalhadores das autarquias estão de acordo com as razões que levaram à convocação da greve e de que estão disponíveis para continuar a luta pelo aumento geral dos salários – com um mínimo de 90 € para todos –; pela revogação do sistema de “avaliação” da Administração Pública (SIADAP); pela aplicação imediata (e com efeitos desde 1 de Janeiro) do Suplemento de Penosidade e Insalubridade; pela correcção da Tabela Remuneratória Única; pela recuperação das carreiras; e pela melhoria dos serviços públicos.
Os dados iniciais reflectem o profundo descontentamento dos trabalhadores da Administração Local, por verem, mais uma vez, a melhoria das suas condições de vida adiada por este governo, do Partido Socialista, que não dá resposta efectiva aos sus problemas e insiste em anunciar e implementar medidas que os agravam!
Mais de 10 anos passados sobre o último aumento salarial, ao longo do qual o poder de compra se degradou, em média 10%, o Orçamento de Estado para 2021 prossegue com a obsessão pelo défice e uma notória subserviência aos interesses da banca e aos ditamos da União Europeia – comprovados pela visão apresentada no Plano de Recuperação e Resiliência, no Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho e no Plano de Estabilidade 2021-2025 –, abandonando os trabalhadores e a melhoria dos serviços públicos, insistindo nas concessões e privatizações.
O STAL considera que é inaceitável que o governo insista em arrastar no tempo a resolução dos graves problemas dos trabalhadores, que estão na linha da frente da resposta às necessidades das populações em todas as áreas de intervenção do Estado e, por isso, exigem respeito e soluções para os seus problemas, até porque os aplausos, a quem se desdobrou durante a pandemia, não se traduziram na exigida valorização do trabalho!
Dados de adesão em actualização permanente na página do STAL