Na reunião promovida ontem pela administração da Nova DS Smith Embalagens, os representantes patronais demonstraram que não há qualquer intenção de valorizar os salários nem acabar com as discriminações, o que levou à convocação da greve decidida na semana passada.
Nos plenários, realizados em Albarraque, Leiria e Guilhabreu, nos dias 14, 15 e 16, os trabalhadores rejeitaram a proposta da administração, na revisão anual do Acordo de Empresa, e definiram formas de luta, a concretizar caso a posição patronal não se alterasse até dia 21.
Na resolução então aprovada, refere-se que:
• os aumentos salariais propostos não respondem às necessidades dos trabalhadores e iriam contribuir para um esmagamento da tabela salarial relativamente ao salário mínimo nacional;
• a tabela salarial continua a manter um cariz discriminatório no valor do trabalho, entre gerações, não respondendo ao fim das discriminações no pagamento dos subsídios de turno e alimentação, bem como em outras regalias sociais;
• nos últimos anos a empresa tem apresentado resultados financeiros positivos e não tem feito uma justa distribuição dos mesmos pelos trabalhadores;
• desde 2010, um conjunto muito grande de trabalhadores é discriminado em vários subsídios e direitos no plano da saúde;
• no quadro da pandemia, a empresa cresceu e os trabalhadores, peças fundamentais, contribuíram em muito para esse crescimento.
Descontentamento ignorado
Na reunião de ontem, a administração mostrou que continua a ignorar o descontentamento dos trabalhadores - destaca-se num comunicado da Fiequimetal e dos seus sindicatos na empresa, SITE Norte e SITE CSRA.
A administração não apresentou qualquer proposta, limitando-se a vitimizar-se e a responsabilizar os trabalhadores, acabando mesmo por comunicar que as propostas antes apresentadas ficavam suspensas.
Com esta posição, a administração da Nova DS Smith só demonstra que não pretende valorizar os salários nem os trabalhadores, assim como não pretende acabar com as discriminações no pagamento dos subsídios de turno e de alimentação.
Seguindo a decisão dos plenários, foi convocada greve de 24 horas, para os dias 30 de Abril e 3 de Maio, bem como a todo o trabalho extraordinário, nos dias 1 e 2 de Maio.