Há dois meses, as trabalhadoras da Comissão de Melhoramentos de Sousel, uma IPSS, foram confrontadas com a obrigatoriedade de recorrer ao controlo automático de assiduidade, ou seja, "picar o ponto", de hora a hora.
Isto significa que, independentemente dos cuidados que estejam a prestar aos idosos, as trabalhadoras têm de interromper a tarefa e deslocar-se ao aparelho de controlo biométrico de assiduidade. Numa das valências, as trabalhadoras, cujo uso do elevador está proibido com o objectivo de poupar no consumo de energia, têm de subir e descer as escadas, acção que chegaram a fazer 16 vezes num dia!
Esta obrigatoriedade consiste em mais um abuso de poder por parte desta IPSS. Nos últimos anos, a falta de respeito pelas trabalhadoras da Comissão de Melhoramentos de Sousel têm-se agravado, o que levou já, a que trabalhadoras com anos de antiguidade rescindissem o seu contrato de trabalho.
Muitas outras trabalhadoras resistem e lutam pelos seus postos de trabalho. É o que têm feito, organizadas no seu sindicato de classe, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Estado.
Ontem, dia 1 de Março, decidiram organizar plenários à entrada das duas valências desta instituição, em Santo Amaro e Cano, e, com o apoio de vários activistas sindicais, aprovaram uma resolução em que decidem não cumprir a obrigatoriedade de picar o ponto hora a hora, continuar a lutar pelo pagamento do subsídio de turno (obrigação a que a instituição já foi notificada pela ACT para cumprir), exigir a actualização salarial a que têm direito já publicada em BTE e resistir com a sua unidade e força às pressões, ameaças e abusos de poder por parte da direcção da Comissão de Melhoramentos de Sousel.
FONTE: USNA/CGTP-IN