Existe uma obsessão da administração da Galp Energia pelo dinheiro fácil na corrida aos fundos comunitários, à custa dos contribuintes, o que a leva a não apresentar nenhum projecto alternativo para o futuro da refinaria do Porto e dos seus trabalhadores, acusam as ORT da Petrogal, num comunicado que emitiram após reuniões, dia 19, com os representantes patronais.
A Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal, a Fiequimetal/CGTP-IN e os sindicatos SITE Norte, SITE CSRA, SITE Sul e SICOP concluem que, face à actual situação, a luta não pode parar. Nos próximos dias, os representantes dos trabalhadores vão reunir-se e perspectivar para breve novas formas de luta.
A empresa defendia refinarias
Nas reuniões realizadas esta terça-feira com representantes da administração, as organizações sindicais e a Comissão de Trabalhadores reiteraram a necessidade de retoma e continuidade da actividade da refinaria do Porto, em Matosinhos.
Evidenciaram a sua importância estratégica, quer do ponto de vista social quer do ponto de vista económico, para os trabalhadores, para a região e para o País, e repudiaram a intenção da empresa no sentido do encerramento.
Como se refere no comunicado, a própria empresa, em Fevereiro de 2019, na sua posição na fase de discussão pública do «Roteiro para a Neutralidade Carbónica», apresentou argumentos para a necessidade da continuidade das refinarias. No comunicado são reproduzidos estes argumentos:
• “Não existem soluções tecnológicas robustas e fiáveis que se assumam como alternativa credível para o transporte rodoviário pesado de longo curso, para o transporte aéreo e marítimo, e para produtos de especialidade como os betumes e os lubrificantes, pelo que os hidrocarbonetos continuarão a ser fundamentais durante as próximas décadas para garantir a segurança energética nacional.”
• “As refinarias são unidades industriais de processamento de petróleo bruto, que dão origem a um vasto conjunto de produtos derivados de múltiplas utilizações, não sendo possível a produção seletiva de apenas alguns produtos."
Fica claro que aquilo que move a administração não são as preocupações ambientais, nem o abrandamento económico provocado pela pandemia, nem a transição energética. A única razão para a administração ter mudado de opinião em tão pouco tempo são os fundos comunitários com que o Governo lhe acenou (como já fez com a EDP).
Ver também
- Comunicado das ORT aos trabalhadores da Petrogal (Grupo Galp Energia)