TAP: Os trabalhadores da TAP não são lixo

TAP Os trabalhadores da tap não são lixoO Sitava - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos exige “que os responsáveis, governo incluído, venham a público” dizer se cortam “nas negociatas dos leasings, dos combustíveis, das taxas e comissões, dos fornecimentos externos e tantos outros. E questiona: “Ou será que todos esses contratos têm que ser cumpridos e apenas os contratos com os trabalhadores podem ser violados?”

Comunicado do Sitava - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos:

OS TRABALHADORES DA TAP NÃO SÃO LIXO!

Após um final de semana onde os trabalhadores da TAP foram, em todas as rádios, jornais e televisões, o alvo predileto da chacota e da sapiência nacional, onde os jornalistas e sobretudo os ilustres comentadores foram apimentando as emissões, acabando por ter o seu epílogo com as declarações de vários senhores ministros, que por fim conferiram ao tema a necessária credibilidade. Segundo os governantes, os trabalhadores da TAP andam, afinal, há anos, a roubar os portugueses.

Foi, portanto, decretado neste final de semana que os trabalhadores da TAP vão passar a ser uma espécie de sem-abrigo a quem os “contribuintes portugueses” por especial favor, vão pagar um salário, que por isso tem que ser pequenino, porque quanto maior for, mais os portugueses têm que pagar. Valeu tudo para ofender a dignidade dos trabalhadores da TAP.

Envergonhem-se aqueles que ao longo dos anos têm defendido a dignidade do trabalho e afirmando que o salário não é uma dádiva. O salário é o produto da venda da nossa força de trabalho e jamais deveria ser cortado para trocar por um posto de trabalho. Essa é talvez a mais perversa das relações. Vem agora o poderoso patrão impondo à força de lei o corte do salário livremente negociado, anunciar candidamente que “se quiseres cortar mais dou-te mais um posto de trabalho”. Não, isto não é aceitável, isto é terrorismo!

Mas vamos por partes. Já que os governantes e o CA mostram alguma dificuldade em manter a serenidade e relacionar-se democraticamente, com os trabalhadores, não poderão ser estes a deixar-se levar pelo desespero, como se as ofensas que fomos ouvindo fossem lei e, pior ainda, que essa lei já estivesse aplicada. Nada disso.

Massacraram-nos durante todos estes dias com a parcela dos custos de pessoal. Temos que lembrar que esses custos são apenas uma parcela e nem sequer a maior.

Exigimos que os responsáveis, governo incluído, venham a público, para a mesma opinião pública dizer quais as reduções de custos nas outras rubricas, e se lhe cortam com o mesmo desplante, como por exemplo nas negociatas dos leasings, dos combustíveis, das taxas e comissões, dos fornecimentos externos e tantos outros. Ou será que todos esses contratos têm que ser cumpridos e apenas os contratos com os trabalhadores podem ser violados?

Neste momento de angústia dizemos a todos os trabalhadores para manter a serenidade. A coisa ainda agora começou. O SITAVA tudo fará para promover a unidade de todos os trabalhadores e das suas estruturas de classe, a fim de organizarmos a defesa intransigente dos postos de trabalho e dos salários.

UNIDOS SOMOS MAIS FORTES

14-12-2020

www.sitava.pt

A DIREÇÃO