Os trabalhadores da restauração e serviços de apoio aos hospitais cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve. Reivindicam melhores salários e compensações pelo esforço no período da pandemia.
A concentração decorre em Lisboa, frente ao Parlamento.
Declarações de Isabel Camarinha, sec. geral da CGTP.
RTP 3 (Ver vídeo)
A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, esteve com os trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais – SUCH, concentrados junto à Assembleia da República para exigirem, aos deputados e ao Governo, que sejam incluídos na compensação prevista para os trabalhadores da saúde que estiveram na linha da frente no combate à COVID-19.
Os trabalhadores do SUCH estiveram na primeira linha nesta fase pandémica ao assegurarem a alimentação aos médicos, enfermeiros, demais funcionários hospitalares e doentes, incluindo as vítimas da COVID-19, bem como asseguraram outros serviços de apoio nos hospitais, designadamente lavandaria, manutenção, resíduos e limpeza.
Os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos.
Os trabalhadores estão confrontados, neste período, com despedimentos, regimes de 12 horas diárias, adiamento das férias, recusa de dispensa ao trabalho para assistência aos filhos, falta de pessoal e rimos de trabalho intensos, falta de equipamentos de protecção individual e colectiva, falta de testes de despistagem da COVID-19, etc.
O trabalho e o empenho dos trabalhadores do SUCH nesta fase difícil da vida nacional não foi minimamente valorizado pela administração do SUCH nem pelo Governo.
A administração do SUCH recusou negociar com os sindicatos aumento salariais em 2020.
A administração do SUCH recusa negociar aumentos salariais dignos e outras propostas sindicais apresentadas à empresa no âmbito da negociação do Acordo de Empresa para 2020 e 2021.
Assim, foi convocada uma greve para os dias 14 e 15 de Dezembro, com as seguintes reivindicações:
- Aumentos salariais justos e dignos;
- Redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;
- Melhoria do pagamento do subsídio de risco;
- Melhoria do pagamento do trabalho ao fim de semana;
- Actualização do subsídio de alimentação;
- Criação de um regime de diuturnidades;
- Criação de um complemento do subsídio de doença e de acidentes de trabalho;
- Pelo reforço dos quadros de pessoal e contra os ritmos de trabalho intensos.