A greve hoje realizada foi uma resposta à situação que se está a viver, coloca na primeira linha da agenda política este embargo e este bloqueio que se tornaram ainda mais cerrados na actual legislatura que já completou, em Outubro, o seu primeiro ano.
Nota à Comunicação Social da FENPTOF:
Balanço global da Greve Nacional dos Professores e Educadores
DECLARAÇÃO DO SECRETÁRIO-GERAL DA FENPROF
Professores contestam embargo à resolução dos problemas, imposto pelo ministro através do bloqueio do diálogo e da negociação
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, impôs um embargo à resolução dos problemas que afetam os professores e as escolas, os quais se repercutem nas aprendizagens dos alunos, prejudicando-as.
Problemas antigos que se agravam, como o envelhecimento dos professores, o seu desgaste, resultado de horários e condições de trabalho inadequados e, até, ilegais ou as injustiças que se refletem numa carreira que continua a ser pervertida.
Problemas mais recentes e que, este ano, se anteciparam e ganharam uma particular expressão, com destaque para a falta de professores, já muita sentida em algumas regiões do país, e também de assistentes operacionais nas escolas.
Problemas novos, principalmente relacionados com a situação epidemiológica que se vive e que estão na origem da preocupação sentida pelos professores (falta de distanciamento, dificuldade para garantir a limpeza e desinfeção indispensáveis, não realização de rastreios mesmo quando existem casos confirmados de infeção...).
Tiago Brandão Rodrigues, com o embargo que impôs à resolução dos problemas, é o primeiro responsável pelo seu agravamento, pelas dificuldades sentidas pelos professores e pelas escolas, pela quebra de condições propiciadoras das boas aprendizagens dos alunos. Romper o bloqueio ao diálogo e à negociação será determinante para que se comecem a encontrar as soluções necessárias.
A greve hoje realizada foi uma resposta à situação que se está a viver, coloca na primeira linha da agenda política este embargo e este bloqueio que se tornaram ainda mais cerrados na atual legislatura que já completou, em outubro, o seu primeiro ano. Uma greve realizada em condições muito difíceis de preparação, uma vez que, pela primeira vez, toda ela decorreu por via digital e se concretiza num contexto que coloca óbvias dificuldades à participação na luta, seja pela sua proximidade ao final do 1.º período, seja pela situação epidemiológica que se continua a viver. Ainda assim, erro seria o silêncio e a acomodação face ao embargo decretado e ao bloqueio imposto pelo ministro da Educação, como confirmam as muitas as escolas e jardins de infância encerrados e os milhares os professores em greve.
Para o futuro e com vista a romper esta situação de bloqueio e a construir soluções para os problemas, a FENPROF não desistirá de insistir junto dos governantes, em particular o Primeiro-Ministro e o Ministro da Educação, dirigir-se-á, de novo, à Assembleia da República, através de uma Petição que será divulgada nas escolas a partir do início do 2.º período. Para além dessa ação já decidida, o Secretariado Nacional da FENPROF irá reunir nos próximos dias 16 e 17 de dezembro, sendo essa reunião a oportunidade para colocar em cima da mesa e propor aos professores a continuação da luta, caso o governo, em particular o ministro da Educação, opte por manter este quadro de bloqueio que impede que os problemas se resolvam.