Apesar das manobras e pressões patronais, para usar o referendo e impor o banco de horas, os trabalhadores da Plural - Cooperativa Farmacêutica destroçaram os argumentos da administração e votaram «não». Para os sindicatos da Fiequimetal com associados na empresa, esta foi uma vitória inequívoca dos trabalhadores.
No referendo da passada sexta-feira, dia 13, foram contados 61 por cento de votos contra o banco de horas, quando seriam necessários 65 por cento de votos favoráveis para fazer valer a posição patronal. Desta forma, como se refere num comunicado do SITE Norte, SITE Centro-Norte, SITE CSRA e SITE Sul, os trabalhadores da Plural mostraram de forma clara que não aceitam que a empresa utilize os seus tempos de descanso, a custo zero.
Valorizar em vez de explorar
É preciso valorizar os trabalhadores, salienta-se no comunicado, assinalando que, neste período de pandemia, a actividade no sector da distribuição de produtos farmacêuticos aumentou a um ritmo como nunca se viu.
Mas a Plural quis explorar mais os seus trabalhadores, em vez de os valorizar, e decidiu promover um referendo para poder implementar o regime de banco de horas!
A administração tentou passar a falsa ideia de que os bancos de horas são «favoráveis aos trabalhadores». Tentou mesmo impedir a actividade do dirigente sindical na empresa, tendo este sido obrigado a solicitar a presença da PSP, para poder entregar comunicados aos trabalhadores na sede da Plural, em Coimbra.
O esclarecimento dos sindicatos foi fundamental. Quer pelo contacto directo, quer em comunicado, mostraram aos trabalhadores o quanto estes iriam ser prejudicados, designadamente:
• Na desregulação da sua vida familiar e social;
• Na difícil organização dos seus fins-de-semana, pois só de véspera saberiam se iriam trabalhar ou não;
• No não pagamento do trabalho extraordinário.