O despedimento colectivo na CAMO foi travado com unidade, firmeza e determinação, destaca o SITE Norte, que realizou na empresa, ontem à tarde, um plenário de trabalhadores onde foi valorizada a firme resposta colectiva que levou a administração a reverter a intenção de despedir 24 trabalhadores, anunciada a 9 de Outubro.
Em menos de um mês, ficou comprovado que havia outras soluções para responder aos problemas, como o SITE Norte e os trabalhadores sempre realçaram.
O sindicato recorda, numa nota divulgada após o plenário, que denunciou à comunicação social a intenção de despedimento, a 14 de Outubro, e também fez a sua contestação fundamentada.
No dia 16 de Outubro, o sindicato promoveu à porta da CAMO, em Vilar do Andorinho (Vila Nova de Gaia) uma concentração de dirigentes e delegados, que foi uma importante acção de protesto contra o despedimento e de solidariedade para com os trabalhadores e a luta em defesa dos postos de trabalho.
Para contrariar o despedimento, o sindicato reuniu-se três vezes com a administração. A cada reunião seguiu-se um plenário, para informar os trabalhadores e decidir os passos a dar. Chegou a ser admitido organizar uma deslocação de trabalhadores à Galiza, para levar o protesto até à sede do grupo Pérez Rumbao.
Foi solicitada a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho, quando a CAMO entregou serviço a empresas subcontratadas, depois de alegar quebras de encomendas para justificar o despedimento. Para a ACT seguiu também uma queixa por estar na intenção de despedimento um trabalhador a quem a empresa tinha acabado de renovar o contrato por dez meses, para fazer face a acréscimo de encomendas.
Vitória importante
também para o futuro
O despedimento colectivo foi travado por esta forte resistência, salienta o SITE Norte, notando que, se a administração tivesse encontrado uma auto-estrada livre para a sua manobra, os postos de trabalho estariam liquidados antes de se saber da «nova encomenda».
Com a forte ligação que a CAMO tem à associação patronal AIMMAP, este despedimento teria certamente consequências graves para muitos outros trabalhadores da empresa e do sector metalúrgico.
Na verdade, esta vitória na luta em defesa do emprego vem reforçar as posições dos trabalhadores e do SITE Norte.
Nesse sentido vai igualmente a recente decisão da ACT relativamente à contagem dos «dias de nojo». Contra a alteração do uso na CAMO e contra o entendimento da AIMMAP, a ACT decidiu que devem ser contados no período de nojo apenas os dias úteis.
O sindicato afirma que estes resultados não deixarão de se reflectir positivamente nas negociações para a revisão do Acordo de Empresa, que em breve se deverão iniciar e que o SITE Norte e os trabalhadores da CAMO já estão a preparar.