A Eurest iniciou um processo de despedimento colectivo de 122 trabalhadores e o sindicato está a promover plenários para esclarecer e mobilizar para a luta contra o despedimento. Ontem, quando o dirigente sindical se apresentou à porta da Efacec, na Maia, para realizar um plenário com os trabalhadores desta cantina, foi impedido de entrar nas instalações, alegadamente por instruções da Eurest e cobertura da Efacec.
Efacec e Eurest impedem atividade sindical
Comunicado de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte:
EFACEC E EUREST IMPEDEM ATIVIDADE SINDICAL
A Eurest iniciou um processo de despedimento coletivo de 122 trabalhadores.
A FESAHT decidiu realizar uma greve e concentração a nível nacional dia 5 de novembro.
O sindicato está a promover plenários de trabalhadores para esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a luta contra o despedimento coletivo.
Hoje quando se apresentou à porta da Efacec na Maia para realizar um plenário com os trabalhadores desta cantina, um dirigente sindical foi impedido de entrar nas instalações alegadamente por instruções da Eurest e cobertura da Efacec.
O direito à atividade sindical no interior da empresa é um direito fundamental dos trabalhadores, garantido pela Constituição da República Portuguesa e pela Lei.
A decisão das duas empresas é ilegal.
As duas empresas não tiveram êxito na sua decisão conjunta ilegal, pois os trabalhadores, face à proibição de entrada do dirigente sindical, dirigiram-se à rede de vedação da fábrica e, ali mesmo, tiraram as suas dúvidas sobre o processo que estão a ser vitimas e elegeram um delegado sindical para os representar no processo.
A direção do sindicato já protestou junto das empresas.
DESPEDIMENTO SEM MOTIVO LEGAL
A Eurest, pertencente ao grupo inglês Compass, que opera em Portugal desde 1974 explorando cantinas, refeitórios, bares áreas de serviço, cafetarias e outros serviços conexos, informou os sindicatos que é sua intenção proceder ao despedimento coletivo de 122 trabalhadores.
A Eurest tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros anualmente, dá milhões de lucros todos os anos, recebeu e continua a receber apoios do Estado neste período de pandemia.
Não há nenhum motivo para a empresa recorrer ao despedimento coletivo e os motivos alegados pela empresa não são verdadeiros.
A empresa alega o términos dos contratos de concessão para despedir os trabalhadores, mas basta não concorrer a novas concessões; a empresa alega ter trabalhadores a mais em algumas unidades, mas isso não é verdade, aliás até tem trabalhadores a menos, face à crise sanitária e às tarefas acrescidas de higienização e desinfeção; a empresa alega o encerramento de algumas unidades por decisão das concedentes, mas pode transferir os trabalhadores para outras que estão a precisar de pessoal; a empresa alega que não tem postos de trabalho nas zonas das unidades afetadas com a medida, mas nada mais falso pois ainda agora contratou centenas de trabalhadores através de empresas de trabalho temporário para o mercado escolar e outros.
Assim, a FESAHT decidiu promover uma greve e uma concentração de protesto à porta da empresa dia 5 de novembro, a partir das 11 horas.