O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), que recentemente cessou contrato de uma enfermeira que se encontra grávida, volta a cessar contrato, desta vez com uma jovem enfermeira a quem foi diagnosticada uma doença degenerativa.
Tendo em conta a carência de enfermeiros que é reconhecida na instituição e tendo sido prometido um contrato efectivo em ambos os casos, só podemos concluir que se tratam de actos discriminatórios e desumanos por parte de um Conselho de Administração (CA) de um Centro Hospitalar cujos profissionais tão bem têm dignificado o SNS.
Estes dois exemplos são ilustrativos de uma realidade laboral que viola a Constituição da República Portuguesa, que promove a precariedade e que acaba por discriminar trabalhadores, em particular jovens e mulheres.
Quando muito se fala da baixa natalidade no nosso país é preciso ir às causas e a precariedade é uma delas.
Mais uma vez, este é o reconhecimento que o CA do CHULC dá aos “heróis” enfermeiros que sempre enfrentaram condições de trabalho adversas, com exposição a agentes químicos, biológicos e físicos, ritmos elevados de trabalho, horários de trabalho desregulados. “Heróis” enfermeiros que estando SEMPRE NA LINHA DA FRENTE enfrentaram a pandemia por covid-19.
O SEP tendo conhecimento desta desconsideração com a profissão de enfermagem pediu novamente reunião com carácter de urgência ao Conselho de Administração do CHULC e explicações do Ministério da Saúde.
FONTE: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses