FENPROF reafirma obrigatoriedade de testes nas escolas

FENPROF reafirma que obrigatoriedade de testes nas escolasPara a FENPROF, todo o cuidado é pouco e todas as medidas são necessárias para garantir que as escolas vão continuar abertas e que o ensino continuará, por norma, a ser presencial. Nesse sentido, considera necessário que seja obrigatória a realização de testes a todas as pessoas que contactaram de perto com a pessoa infectada, nomeadamente quem com ela partilhou espaço fechado na escola (sala de aula, laboratório, espaço desportivo, sala TIC ou qualquer outro).

Nota à Comunicação Social da FENPROF:

TUDO DEVE SER FEITO PARA GARANTIR QUE, POR NORMA, ENSINO SE MANTÉM PRESENCIAL

Nesse sentido, FENPROF reafirma que obrigatoriedade de testes nas escolas é fundamental para travar contágio

No final de uma semana que bateu todos os recordes de novos casos de Covid-19, com os especialistas a considerarem que, entre outros fatores, também a abertura das escolas contribui, como se esperava, para esta situação, é estranho que continue a não haver transparência na informação global sobre o impacto da epidemia nas escolas, não sejam obrigatórios os testes àqueles que estabeleceram contacto próximo com pessoas infetadas e se continue a afirmar que são muito poucos, quiçá residuais, os casos de infeção nas escolas. Então, a abertura das escolas está a contribuir para que aumentem os casos de infeção, como afirmam os especialistas, ou, afinal, isso tem pouco impacto, como referem os políticos?

Para a FENPROF, todo o cuidado é pouco e todas as medidas são necessárias para garantir que as escolas vão continuar abertas e que o ensino continuará, por norma, a ser presencial. Nesse sentido, mas também com o objetivo de proteger todos os membros da comunidade escolar e as suas famílias (lembrando que, no caso dos docentes, nos referimos a um grupo profissional em que 54% dos profissionais tem mais de 50 anos), a FENPROF considera necessário que:

- Em cada escola seja divulgada, junto da respetiva comunidade educativa, a existência de casos, sempre que surjam, e quais os procedimentos adotados na sequência dos mesmos;

- Seja obrigatória a realização de testes a todas as pessoas que contactaram de perto com a pessoa infetada, nomeadamente quem com ela partilhou espaço fechado na escola (sala de aula, laboratório, espaço desportivo, sala TIC ou qualquer outro);

- Haja um reforço de verba, destinado à aquisição de materiais de higienização e limpeza, bem como a EPI, onde já se tornem necessários;

- Seja reforçado o número de docentes nas escolas, pois aumenta o número de alunos que têm de permanecer em casa e as escolas não têm recursos que garantam o seu acompanhamento a distância (os horários dos professores já estão completos e, em muitos casos, já existem graves problemas de sobretrabalho); também seja reforçado o número de assistentes operacionais, pois o anunciado reforço de cerca de dois, em média, por unidade orgânica fica muito longe de responder às atuais necessidades;

- Os docentes em situação de risco, muitos em casa, sem qualquer atividade (na sequência da apresentação de declaração ou atestado médico), possam exercer atividade em regime de teletrabalho, garantindo a sua proteção, mas, também, garantindo a atividade letiva dos alunos, num momento em que já faltam professores para os substituírem. A FENPROF conhece casos em que a DGAE já autorizou este regime de trabalho, o que saúda.

Relativamente à eventual obrigatoriedade da APP Stay Away Covid nas escolas, a FENPROF acompanha as preocupações que têm vindo a ser amplamente manifestadas e considera que útil mesmo e indispensável é a obrigatoriedade de realização de testes para evitar que situações assintomáticas de infeção possam causar problemas cuja gravidade só venha a ser conhecida tardiamente.

Por último, a FENPROF reafirma que o que gera confiança e tranquilidade não é o encobrimento, mas a transparência, e que as escolas não podem ser um mundo à parte do que se passa na saúde, nas fábricas, nos lares e centros de dia, no desporto, na política, entre outras áreas. E não considera que o facto de alguém ficar infetado o menorize ou crie qualquer tipo de estigma, pois, se assim fosse, decerto que figuras públicas que estão ou estiveram infetadas não o assumiriam. Ficar infetado com Covid-19 é um risco que todos correm e a obrigação de cada um, se tal acontecer, é tudo fazer para proteger os outros, sendo isso o mais importante de tudo num momento em que se vive um problema de saúde pública, portanto, que diz respeito a todos.