Unidade e resistência travam despedimento no Sicman ACE

20200908tapete aeroporto arquivo 640O SIESI saudou os trabalhadores do Sicman ACE pela vitória que alcançaram, com a sua resistência, firmeza e unidade: conseguiram travar o despedimento colectivo e os 15 trabalhadores que estavam no processo foram reintegrados na empresa.

Os 15 trabalhadores, que estavam prestes a perder o posto de trabalho, foram readmitidos ontem, ao final do dia, refere o sindicato, num comunicado hoje emitido.

Esta vitória surge na sequência de um plenário, na sexta-feira, em que os trabalhadores demonstraram a sua firmeza na intenção de não serem despedidos e decidiram avançar para uma acção de luta no dia 15, a data em que o processo iria estar finalizado.

A acção de luta acabou por ser cancelada, visto que os seus objectivos estavam alcançados.

Para o SIESI, trata-se de uma vitória que confirma a importância e o valor da luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e que reafirma que é através dela que os trabalhadores conseguem alcançar resultados.

Este desfecho é ainda um exemplo para outros trabalhadores que se estão a deparar com problemas semelhantes e um estímulo a que não se resignem e lutem pelos seus direitos.

Mantém-se o alerta

Agora, avisa o SIESI, é preciso saber como irão estes 15 trabalhadores ser reintegrados, nomeadamente no que diz respeito às funções que irão desempenhar e aos horários onde irão ser colocados. Para este efeito, o sindicato vai solicitar em breve uma reunião à empresa.

O SIESI apela aos trabalhadores para continuarem a reforçar o seu sindicato de classe, fazendo-se sócios.

Apela ainda aos trabalhadores do Sicman para se manterem vigilantes na defesa dos seus direitos e para continuarem confiantes na força da unidade dos trabalhadores para ultrapassarem obstáculos, por mais difíceis que possam parecer.

Luta até ao fim

Face à falência dos argumentos que sustentavam o despedimento colectivo intentado pela Sicman/Siemens, sob o patrocínio da ANA Aeroportos, ocorreram também aliciamentos para rescisões de contrato.

O SIESI, numa nota à comunicação social ainda no dia 14, acusava as empresas envolvidas de estimularem a ideia da eternização da pandemia, ao quererem manter condições iguais às de um aeroporto sem movimento, ou, então, quereriam pôr os passageiros a andar de malas às costas.

A Sicman/Siemens presta serviço na operação e manutenção de tapetes de carga, descarga e transferência de bagagens, em todos os aeroportos nacionais (continente e ilhas), ocupando, nas mesmas condições de precariedade, cerca de 210 trabalhadores. No Aeroporto Humberto Delgado são cerca de 120.

O SIESI recorda que o ACE foi criado em 2003, há 17 anos, exclusivamente para ser utilizado como uma fuga à contratação de trabalhadores efectivos e com direitos para os quadros da ANA e depois da Siemens e da Siemens Logistics. Mas a situação já tem cerca de três dezenas de anos, pois foi antecedida por esquemas idênticos, com a Siemens já no processo.

FONTE: FIEQUIMETAL