O Instituto D. João V, S.A., pertencente ao grupo GPS, comunicou a intenção de iniciar um processo de despedimento coletivo a curto prazo, sob as alegações de redução de turmas e de consequente quebra de receitas.
Estranhamente, esta alegada quebra de receitas não tem impedido o grupo GPS de continuar a despender milhões de euros para aquisição de mais escolas privadas, nas quais têm como prioridade o despedimento de professores que nelas exercem a sua atividade.
O anunciado processo inscreve-se num quadro persecutório a dirigentes sindicais e a professores sindicalizados que têm contestado e denunciado publicamente atropelos, irregularidades e ilegalidades cometidos pela direção do Instituto e pelo grupo GPS. São professores que nunca abdicaram de defender os seus direitos laborais e profissionais reconhecidos na lei; por isto têm sido vistos como incómodo e entrave às intenções do Instituto e do grupo que ele integra, aliás, atingido por sucessivos escândalos, alguns ainda a aguardar julgamento.
Um dos alvos da intenção de despedimento coletivo que se condena é o dirigente sindical do SPRC e conselheiro nacional da FENPROF, Vítor Juvenal Gomes. É um professor que leciona na instituição há 28 anos e um dos professores com mais tempo de serviço na mesma. Nela tem exercido com rigor e dedicação a sua profissão. Com a sua dinâmica e o seu envolvimento, ao longo do tempo, foram desenvolvidos projetos e iniciativas relevantes para a projeção externa do Instituto e, mais do que isso, importantes para o futuro dos seus alunos. O “pecado” deste docente, assim parece ser, é que vem sendo um rosto destacado na defesa dos legítimos interesses e direitos dos docentes da instituição e dos trabalhadores em geral. Sempre que isso se impunha, nunca se negou a dar a cara na denúncia de irregularidades e ilegalidades cometidas pelo Instituto e pelo grupo GPS. É, por isso, um alvo a abater, verificando-se que a administração da GPS força aqui uma oportunidade de o fazer!
O Conselho Nacional da FENPROF, reunido em Lisboa nos dias 3 e 4 de setembro, manifesta o mais veemente repúdio por esta situação e os seus apoio e solidariedade para com o dirigente sindical Vítor Juvenal Gomes, bem como para com todos os outros colegas visados pela intenção de despedimento coletivo no Instituto D. João V.
Sendo esta, ainda, a comunicação de uma intenção, o Conselho Nacional da FENPROF aguarda que o grupo GPS recue no seu propósito de despedimento destes docentes, o que a não acontecer merecerá da parte desta Federação a contestação adequada a desenvolver nos mais diversos planos: reivindicativo, político e judicial.