O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) nos Açores anunciou hoje que vai avançar com duas greves, em setembro e outubro, manifestações em três ilhas e uma ação em tribunal, para reivindicar a contagem integral do tempo de serviço.
“Provavelmente, vamos desencadear uma greve, cujos contornos terão de ser decididos pela direção, durante este mês de setembro e uma segunda greve, se não houver abertura do Governo para continuarmos a conversar, durante o mês de outubro”, avançou o presidente da direção regional dos Açores do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Francisco Branco, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Em causa está a contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira e uma divergência entre o executivo açoriano e o sindicato sobre o número de anos a contabilizar.
Há mais de um ano que o sindicato está em negociações com a tutela da Saúde e, em julho, pediu uma audiência com o presidente do Governo Regional, alegando que “já não havia diálogo possível”, mas a resposta, que chegou um mês e meio depois do encontro, não foi a que pretendiam.
“Manteve todas as decisões que a senhora secretária tinha mantido até então. Os enfermeiros continuam no mesmo pé em que estavam”, frisou Francisco Branco.
Segundo o sindicalista, dois terços dos enfermeiros da função pública correm o risco de perder cinco anos de serviço para efeitos de progressão na carreira, porque o executivo açoriano só admite contabilizar o tempo a partir de 2014 para quem teve valorizações salariais em 2013.
Francisco Branco alega, no entanto, que a última valorização, com base na contagem dos anos entre 2004 e 2008, devia ter ocorrido em 2011 e não em 2013, responsabilizando o Governo Regional pelo atraso na aplicação.»