O Grupo Pestana decidiu encerrar a Pousada Santa Marinha da Costa de Guimarães e transferir os trabalhadores para outras pousadas, nomeadamente para a de Viana do Castelo, a mais 80 km da residência dos trabalhadores. O Sindicato de Hotelaria do Norte já solicitou a intervenção da ACT e exigiu que esta levante autos por encerramento ilícito e comunique ao Ministério Público para procedimento criminal, já que a conduta do Grupo Pestana configura a prática de um crime. O sindicato entende ainda que a empresa está a desviar os clientes e a transferir trabalhadores desta pousada para outras com o único objectivo de justificar prejuízos e recorrer a apoios do Estado.
Comunicado de Imprensa Comunicado de Imprensa do Sindicato de Hotelaria do Norte:
GRUPO PESTANA ENCERRA POUSADA SANTA MARINHA DA COSTA EM GUIMARÃES
A Grupo Pestana Pousadas, S. A. (GPP), que explora as Pousadas de Portugal, decidiu encerrar a Pousada Santa Marinha da Costa de Guimarães e transferir os trabalhadores para outras pousadas.
Dos 32 trabalhadores da Pousada de Guimarães, a GPP já transferiu à força 10 trabalhadores e deu ordem de transferência a mais 4 trabalhadores.
Os trabalhadores, reunidos ontem em plenário com o sindicato em Guimarães, decidiram não aceitar mais transferências e apresentarem-se ao serviço.
Os trabalhadores apresentaram-se hoje na Pousada para trabalhar, mas encontram a Pousada encerrada.
A maioria dos trabalhadores estão a ser transferidos para a Pousada Monte Santa Luzia em Viana do Castelo, mas também para as pousadas São Bento, na Caniçada, e Santa Maria do Bouro.
A decisão da empresa, para além de ilegal, representa uma violência para os trabalhadores, já que a pousada de Viana do Castelo fica a mais 80 km da residência dos trabalhadores.
A GPP está a transferir todos os trabalhadores, incluindo mães solteiras com filhos de 6 anos de idade e trabalhadores que têm a seu cargo idosos com mais de 90 anos.
A GPP obriga os trabalhadores a pernoitarem na Pousada para onde são transferidos durante toda a semana, pagando apenas os transportes no dia de folga dos trabalhadores.
O sindicato já pediu a intervenção da Câmara de Guimarães, pois a GPP está a desvalorizar a pousada, prejudicando os trabalhadores e o turismo no concelho e na região, solicitando ao Presidente da Câmara que interceda junto da GPP para pôr termo à pressão que esta está a exercer sobre os trabalhadores, reabra de imediata a pousada e chame todos os trabalhadores para trabalhar.
O Sindicato já solicitou a intervenção da ACT e exigiu que esta levante autos de noticia por encerramento ilícito e comunique ao Ministério Público para procedimento criminal, já que tal conduta configura a prática de um crime previsto e punível por força do disposto nos artigos 311.º e 316.º do Código do trabalho.
A GPP está a desviar os clientes desta pousada para outras e a transferir trabalhadores com o único objetivo de justificar prejuízos e recorrer a apoios do Estado.
Porto, 1 de agosto de 2020