A ausência da CP e do Ministério das Infraestruturas de uma reunião, marcada para a sexta-feira passada, inviabilizou qualquer acordo relativo à situação dos 120 trabalhadores da Risto Rail, concessionária dos bares dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, que têm em risco os salários deste mês e a própria manutenção do emprego. A reunião deveria ter decorrido no Ministério do Trabalho, mas apenas compareceram a Federação dos Sindicatos de Hotelaria e a a Risto Rail, que reafirmou o que já tinha dito à FESAHT em reuniões directas: a CP suspendeu o contrato de concessão em 18 de Março e deve mensalidades desde essa altura.
Comunicado enviado à Imprensa, na passada sexta-feira, pela FESAHT:
CP FALTOU À REUNIÃO DE HOJE NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DEIXOU 120 TRABALHADORES COM O SALÁRIO DE JULHO E O FUTURO DOS POSTOS DE TRABALHO INCERTOS
A CP – Comboios de Portugal, que tinha confirmado a sua presença, faltou à reunião que teve lugar hoje no Ministério do Trabalho e não deu qualquer justificação.
O Ministério das Infraestruturas faltou, mas justificou a sua ausência alegando que ia reunir com a CP.
Mesmo assim, a reunião realizou-se entre a FESAHT e a Risto Rail, com a mediação do Ministério do Trabalho.
Contudo, da reunião não saiu qualquer resultado.
A Risto Rail reafirmou o que já tinha dito à FESAHT em reuniões diretas: que a CP suspendeu o contrato de concessão em 18 de março; que a CP deve mensalidades desde março de 2020; que a CP não manifesta interesse na reabertura do serviço de refeições dos bares; que a LSG/Lufthansa recusa transferir mais dinheiro para Portugal alegando um milhão e cem mil euros de prejuízo; que deste modo não assegura o pagamento dos salários de julho nem o futuro dos 120 postos de trabalho.
A FESAHT reafirmou a sua exigência de reabertura imediata dos bares e a ocupação efetiva dos postos de trabalho; o fim do lay-off e o pagamento integral dos salários a 100%; a garantia do pagamento pontual do salário de julho e do futuro dos postos de trabalho.
A ausência da CP e do Ministério das Infraestruturas que tutela a CP inviabilizou qualquer acordo.
O serviço dos bares dos comboios de longo curso Alfa Pendular e Intercidades é fundamental.
Ainda hoje o comboio Intercidades que partiu de Viana do Castelo e que deveria ter chegado a Lisboa às 11:55 horas, esteve parado mais de uma hora e meia no Entroncamento devido a um acidente mortal na linha. Os utentes protestaram por não haver bar, por não haver água nem refeições a bordo e, por azar, nem na estação havia serviços de refeições pois o bar está encerrado devido a contaminações do coronavírus.
Neste tempo de altas temperaturas, é uma irresponsabilidade manter em funcionamento os comboios de longo curso sem serviço de refeições pois, em caso de avaria, acidente, incêndio, etc, os utentes podem estar 12 horas seguidas sem refeições, nem água, pois de Braga e Faro o comboio demora 8 horas e por vezes está 4 horas parado em locais ermos sem quaisquer alternativas de refeições e bebidas.
A pedido da FESAHT, ficou agendada nova reunião para dia 23 do corrente, pelas 11 horas, no Ministério do Trabalho, em Lisboa, sendo que a CP e o Ministério das Infraestruturas vão voltar a ser convocados.