A nova administração do grupo Sousacamp está a pressionar os trabalhadores para aceitarem o despedimento com o pagamento imediato das compensações por cessação de contrato. Caso contrário, ameaça, “serão despedidos e a compensação é paga em 12 meses”.
Informação do SINTAB aos órgãos de Comunicação Social:
SOUSACAMP – Nova Administração ameaça Trabalhadores com vista à rescisão.
Depois de uma primeira fase, em que o próprio Administrador de insolvência tentou dispensar Trabalhadores com propostas de compensação abaixo do que a lei lhes garante em caso de despedimento, agora é a nova administração da SOUSACAMP que os tenta amedrontar dizendo que, caso não aceitem a proposta apresentada agora, encetará um processo de despedimento coletivo onde, apesar de ter o dinheiro disponível, pagará em 12 prestações mensais.
Tratando-se do interesse de um grande grupo económico, todo este processo foi sendo levado ao colo pelas inúmeras instâncias envolvidas.
Começando logo pelo Estado Português que nomeou um administrador judicial, cuja função é defender a posição dos credores, mas tudo o que fez foi levá-los a abdicar da quase totalidade da dívida para entregar um negócio lucrativo a mais um grande grupo económico. Exemplo disto é, também, a abusiva inscrição, no plano de insolvência apresentado ao tribunal da possibilidade de dispensa de Trabalhadores, com pagamento de créditos em doze prestações mensais, sabendo de antemão que, mesmo que os Trabalhadores se opusessem, votariam vencidos pelo pouco peso que tinham no processo. Ainda assim, esta seria uma possibilidade que deixa de existir com o fim do processo de insolvência.
Mais absurda ainda é, portanto, a posição da nova administração do grupo SOUSACAMP que se aproveita dessa abusiva redação quando faz novas abordagens para rescisão, garantindo pagamento imediato das compensações por cessação de contrato, mas apenas no caso de os Trabalhadores aceitarem, caso contrário, “serão despedidos e a compensação paga em 12 meses”.
Esta é uma posição vergonhosa que demonstra descarada existência de má fé, deixando antever a possibilidade do pagamento da compensação em prestações, só porque sim, pelo prazer de subjugar o trabalhador a essa penosidade, uma vez que está garantido que a existência de dinheiro não é um problema.
Mais uma vez, o SINTAB alerta para o absurdo que representa esta solução, apoiada no perdão de dívida com dinheiro maioritariamente público, sem que se tenham garantido contrapartidas ao nível da manutenção dos postos de trabalho.