Num Agradecimento Público “a todos quantos, com a sua presença e as mensagens transmitidas, tornaram possível manter aberta a Cervejaria Galiza durante oito meses”, o Sindicato de Hotelaria do Norte recorda as vicissitudes e sucessos deste período em que o estabelecimento foi gerido pelos trabalhadores. Reconhece ainda a solidariedade recebida de muitos cidadãos anónimos, vindos de todo o país e até da Galiza, e de destacadas personalidades públicas, nelas se incluindo o Presidente da República e os Presidentes das câmaras municipais do Porto, Rui Moreira, e de Lisboa, Fernando Medina, os líderes partidários do PCP e do BE, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, respectivamente, entre tantas outras (muitas também referidas no Agradecimento), “que com a sua presença deram uma dimensão nacional e institucional a esta luta”.
Agradecimento Público do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte:
Cervejaria Galiza: Agradecimento Público
A direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte agradece publicamente a todos quantos, com a sua presença e as mensagens transmitidas, tornaram possível manter aberta a Cervejaria Galiza durante oito meses e, assim, transformar um sonho numa realidade concreta.
Neste tempo de balanço, não podemos deixar de destacar os clientes fiéis de décadas, que nunca abandonaram a Galiza, mesmo em tempos difíceis de pandemia comprando comida e levando para casa; ou os novos clientes anónimos que, do Algarve à nossa vizinha região da Galiza, marcaram presença, muitas vezes sem se identificarem, outras declarando aos trabalhadores a sua origem e a razão da sua presença, invariavelmente a sua solidariedade.
Este agradecimento público dirige-se também a personalidades públicas ou líderes políticos que com a sua presença deram uma dimensão nacional e institucional a esta luta, como foi o caso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o Secretário Geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa; a Coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins; os deputados eleitos pelo distrito do Porto, Diana Ferreira do PCP e o deputado do BE José Soeiro; bem como deputados do Partido Ecologista Os Verdes e o deputado ao Parlamento Europeu do PCP, João Ferreira; o Conselheiro de Estado Dr. Francisco Louçã; o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira; a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo e outros vereadores eleitos da Câmara Municipal do Porto; o Presidente da Câmara Muncipal de Lisboa, Fernando Medina, o Presidente do FCP, Jorge Nuno Pinto da Costa,entre muitos outros.
Mas a esta grande luta juntaram-se homens e mulheres que fizeram questão de estar presentes, dando força aos trabalhadores e à sua luta pelos direitos, o empregos e a viabilização deste estabelecimento emblemático da invicta cidade do Porto, desde o Secretário-Geral da CGTP N, Arménio Carlos, que fez questão de marcar presença logo nos primeiros dias; D. Januário Torgal, Bispo das Forças Armadas; O Juiz, Dr. Laborinho Lúcio; o músico Rui Reininho; os atores João Lagarto e Fátima Vale; o jornalista Daniel Oliveira; dirigentes sindicais de vários sindicatos da região Norte e a nível nacional, como foi o caso das Uniões dos Sindicatos do Porto e de Lisboa, bem corno de ilustres ex-sindicalistas como foi o caso dos camaradas Américo Nunes, António Quintas, Lourenço Pinto e Clemente Alves. Houve homens e mulheres que, sentindo a luta dos trabalhadores da Galiza como sua, passaram a almoçar e a jantar sempre que as suas atividades o permitiam, como foram os casos do Dr. Júlio Machado Vaz ou o professor e dirigente sindical Henrique Borges.
Esta jornada de luta,iniciada no dia 11de novembro de 2019, quando a gerência da empresa,aproveitando-se do dia de descanso dos trabalhadores e do estabelecimento estar encerrado,desmontou máquinas e empacotou o recheio do restaurante para o encerrar definitivamente, tendo a manobra patronal sido detetada por um trabalhador que por ali passava cerca das 19 horas e,se apercebeu de algo estranho no interior, chamando os demais trabalhadores e o sindicato, que se foram concentrando à porta do estabelecimento e forçaram a sua entrada, o que aconteceu cerca das 22 horas. Quando entraram no estabelecimento, os trabalhadores verificaram que todo o recheio estava pronto para, pela calada da noite, ser retirado do estabelecimento e
levado para uma quinta de um misterioso investidor que nunca deu a cara, mas que já geria indiretamente o estabelecimento há muito tempo. Inclusive,já havia um comunicado assinado pela gerência a dizer que o estabelecimento estava encerrado. Os trabalhadores ocuparam o estabelecimento. A gerência ainda tentou usar a PSP para expulsar os trabalhadores do estabelecimento, mas a firmeza e determinação destes com o apoio do
seu sindicato de classe,impediu que tal acontecesse. Iniciou-se então uma negociação entre a gerência e o sindicato que durou cerca de 4 horas, tendo sido obtido um acordo para o estabelecimento continuar a funcionar, passando a ser gerido temporariamente por três trabalhadores até se encontrar uma solução definitiva. Esta solução encontrada representou uma grande vitória para os trabalhadores, pois manteve viva a luta pela viabilização da empresa e a manutenção dos postos de trabalho. Desde essa data,este restaurante de referência da cidade do Porto, manteve-se aberto e,deste modo, os trabalhadores receberam o subsídio de Natal de 2018 e o salário de outubro de 2019 que estavam em atraso,bem como todos os seus salários,mesmo em tempo de pandemia, até ao seu encerramento dia 7 de julho do corrente ano de 2020, decidido pelo administrador de insolvência na sequência de uma reunião realizada com os trabalhadores que se realizou dia 6 de julho sem a presença da direção do sindicato.