O referendo sobre o banco de horas no Pingo Doce não é transparente, exclui os representantes dos trabalhadores de todo o processo e deve ser imediatamente anulado, considera o CESP, que alerta: Pode estar em curso uma "golpada" com consequências nefastas para os trabalhadores.
São várias as interrogações sem resposta que levam o sindicato a levantar aquelas suspeitas. Entre outras, também importantes, que levanta num comunicado divulgado hoje (reproduzido em baixo), pergunta: Como sabe o Pingo Doce quais os trabalhadores que votaram "Não" quando ameaça que estes não mais receberão o prémio anual? Porque tem o Pingo Doce medo que os representantes dos trabalhadores acompanhem o processo de votação? Porque tem o Pingo Doce medo de dizer claramente aos representantes dos trabalhadores o dia, hora e local da votação de cada local de trabalho?
O CESP vai realizar acções de denúncia por todo o país, no próximo dia 15 de Julho às 11h, com a presença da Secretária Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, na loja de Alcântara em Lisboa.
Nota de Imprensa do CESP:
Pode estar em curso uma golpada no referendo do banco de horas grupal do Pingo Doce com consequências nefastas para os trabalhadores
O Pingo Doce/Jerónimo Martins comunicou aos seus trabalhadores e ao CESP que vai realizar entre os dias 16 de Julho e 3 de Agosto o referendo para o Banco de horas Grupal.
Este processo, na opinião do CESP, não é transparente, exclui os representantes dos trabalhadores de todo o processo e deve ser imediatamente anulado.
O CESP vai realizar acções de denúncia por todo o país, no próximo dia 15 de Julho às 11h, com a presença da Secretária Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, na loja de Alcântara em Lisboa.
Aveiro: Loja de Santa Maria da Feira – Cláudia Pereira: 925605745
Braga: Loja na Urbanização do Pachancho, Braga – Ana Paula Rodrigues: 967877099
Évora: Loja dos Álamos, Évora – Frederico Campos: 912428034
Faro: Loja da Penha, Faro – Maria José Madeira: 967877085
Porto: Loja da Boavista, Porto – Marisa Ribeiro: 917542897
Santarém: Loja de Coruche – Ivo Monteiro: 962510587
Setúbal: Loja da Avenida Luísa Todi, Setúbal – Fernando Pais: 912428617
Viana do Castelo: Loja de Arcos de Valdevez – Rosa Silva: 967877089
O Pingo Doce não informou os trabalhadores do dia, hora e local de voto de cada um dos trabalhadores, nem solicitou a presença de representantes dos trabalhadores para monitorizar e acompanhar o processo, bem como para recolher e contar os votos.
O Pingo Doce não informou os sindicatos representativos dos trabalhadores sobre o número de trabalhadores com direito a voto – factor essencial para o apuramento dos resultados. Nem disse claramente quais os que vão exercer o direito a voto, sendo que alguns são trabalhadores com contrato a termo, para reforço de férias ou substituição de trabalhadores ausentes. Todos sabemos que a votação destes trabalhadores se anula com a sua saída da empresa. Como pretende o Pingo Doce agir? Novamente com falta de transparência?
O Pingo Doce ameaça os trabalhadores que votarem “Não” de que não mais receberão prémio. Como sabe o Pingo Doce que os trabalhadores votaram Não?
Porque tem o Pingo Doce medo que os representantes dos trabalhadores acompanhem o processo de votação?
Porque tem o Pingo Doce medo de dizer claramente aos representantes dos trabalhadores o dia, hora e local da votação de cada local de trabalho?
Porque afirma o Pingo Doce que quem vota não deixará de receber prémio? Será que o voto não é secreto? Porque têm os trabalhadores de usar os seus dados pessoais para entrar na plataforma e posteriormente exercer o voto?
Como podem os trabalhadores e o CESP ter a certeza que a dita plataforma não vai registar o voto de cada um dos trabalhadores, colocando em causa a confidencialidade do voto?
Este processo de votação para referendar o Banco de Horas Grupal no Pingo Doce (lojas, cozinhas centrais e fábrica de massa fresca) e nos armazéns de distribuição da Jerónimo Martins não é transparente, deve ser anulado e às autoridades competentes, nomeadamente a ACT e o Ministério do Trabalho, têm de intervir para a reposição da legalidade.