Tendo por base de trabalho a moção aprovada no plenário dos trabalhadores, as Organizações Representativas dos Trabalhadores da Super Bock reuniram-se hoje, ao princípio da tarde, no Porto, na sequência do anúncio da empresa de despedir 10 por cento dos trabalhadores. A Secretária Geral da CGTP, Isabel Camarinha, participou na reunião.
No referido plenário, os trabalhadores decidiram mandatar as organizações que os representam - Comissão de Trabalhadores e Sindicatos - para a defesa dos direitos consagrados em Contratação Coletiva e não cumpridos, bem como para a denúncia pública da total falta de enquadramento da decisão da Super Bock, que consideram "precipitada, irresponsável e penalizadora.
Informação à Comunicação Social do Sindicato dos Trabalhadores da agricultura e das indústrias de alimentação, bebidas e tabacos de Portugal:
Na sequência do anúncio, pela Administração do SUPER BOCK GROUP, da decisão de despedir 10% dos seus atuais Trabalhadores, e tendo como base de trabalho a moção aprovada no plenário do passado dia 23 de junho, realizar-se-á amanhã, 07 de julho de 2020, uma reunião entre todas as Organizações Representativas dos Trabalhadores da SUPER BOCK, que contará com a presença da Secretária Geral da CGTP, Isabel Camarinha.
A reunião está agendada para as 14:30h e, no final, haverá disponibilidade dos intervenientes para a prestação de declarações, à porta da empresa, caso os Órgãos de Comunicação Social entendam oportuno.
Moção aprovada no plenário dos trabalhadores da Super Bock
Os Trabalhadores da Super Bock, reunidos em Plenário no dia 23 de junho de 2020, confrontados com o recente anúncio, da Empresa, de dispensar 10% da força de trabalho, consideram o seguinte:
Rejeitar esta pretensão, considerando-a inaceitável, assente em justificações desprovidas de sentido, como se comprova, de forma clara e inequívoca, pela evolução extraordinariamente positiva, durante a última década, dos resultados financeiros da empresa, de onde se destacam, por melhores, os três últimos anos;
Negar, sem hesitações, quaisquer propostas de revisão dos valores de horários especiais de laboração industrial que não apontem melhorias do ponto de vista económico;
Reiterar a posição dos trabalhadores, contrária à decisão de descapitalização humana agora, mais uma vez, anunciada, pelo já incontestável estado atual de insuficiência para dar resposta à normal exigência produtiva;
Aceitar apenas que os cortes se verifiquem por via do abandono do recurso à mão de obra externa, garantindo ainda efetividade aos vínculos dos postos de trabalho permanentes;
Considerar precipitada, irresponsável e penalizadora, a decisão agora tomada, responsabilizando a Administração pelas penalizações, quer comerciais, quer económicas, quer sobre a imagem institucional da empresa;
Condenar a evidente falta de nobreza de carácter dos decisores desta iniciativa corporativa, porquanto que altamente condenável é o puro aproveitamento da difícil situação de crise sanitária e social.
Mandatar Comissão de Trabalhadores e Sindicatos para a tomada de decisões que incidam na defesa dos direitos consagrados em Contratação coletiva e não cumpridos, bem como para a denúncia pública da total falta de enquadramento desta decisão agora anunciada pela Administração do SUPER BOCK GROUP.