A Arriva anunciou que as suas empresas do Norte se manterão em “lay-off”. Enquanto em Lisboa já se assumiu que a falta de transportes públicos é um factor de agravamento da pandemia, mantém-se o “lay-off” nesta empresa privada que recebe do Estado a concessão do transporte público rodoviário de passageiro e serve uma população de meio milhão de habitantes, desde a Área Metropolitana do Porto a Terras de Bouro, passando pela região fabril do Vale do Ave.
Informação da FECTRAS:
A Arriva anunciou que as suas empresas a norte se manterão em “lay-off” por mais um mês, o que acontece devido à falta de intervenção do governo com medidas que imponham a reposição de transportes em todo o País.
As empresas continuam a impor situações de “lay-off” e com isso reduzem os salários dos trabalhadores e os custos de funcionamento e mantêm populações sem qualquer transporte.
O aumento da oferta na AML – Área Metropolitana de Lisboa, que será à custa de mais dinheiro do erário público, tem que ser acompanhado do fim das situações de “lay-off”, mas o governo tem que intervir tendo em conta todo o território nacional e acabar com a situação de imobilização das empresas privadas do sector rodoviário de passageiros.
Esta situação de pandemia traz à evidência a falta de uma empresa pública no sector rodoviário, que intervenha como ferramenta no Estado neste sector, porque como se vê, os privados não correm risco – Passaram para a Segurança Social os custos com trabalhadores, reduziram os salários destes, deixaram de contribuir para a Segurança Social, continuam a ser pagos no âmbito dos diversos programas de apoio ao transporte público na base dos utentes transportados antes da pandemia e, agora na região de Lisboa, para reporem 90% do serviço para que são pagos, ainda irão receber mais dinheiro do Estado.
A solução é a nacionalização deste sector, pela reconstituição de uma empresa pública, que esteja ao serviço das necessidades da população no que concerne a transporte rodoviário de passageiros.
O sector privado rodoviário de passageiros, no essencial, está concentrado em 3 grupos – Barraqueiro/Arriva; Transdev; Arriva e na região de Lisboa mais a Scotturb e Vimeca, que há dezenas de anos têm acumulado lucros, mas que logo no inicio de pandemia entraram em situação de “lay-off” para protegerem os seus interesses, deixando a população sem transportes, ou a serem transportados sem respeito pelas normas da DGS e milhares de trabalhadores apenas com um salário ilíquido correspondente ao salário mínimo.
Quando há lucros têm que ser privados, mas com quando há problemas, não conseguem viver sem apoio do Estado, ou seja Lucros Privados, com Custos Públicos.