O STT - Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual considera precipitada a intenção da RTP de aliviar o confinamento, nomeadamente com o planeamento de vários programas em exteriores, e que se deveriam manter por mais algum tempo as “equipas estanques”.
Comunicado do STT aos trabalhadores da RTP
Realizou-se recentemente mais uma reunião entre o STT e o CA da RTP, no sentido de transmitir o descontentamento e as preocupações, levantadas por muitos trabalhadores, face à intenção da RTP em aliviar o confinamento, nomeadamente com o planeamento de vários programas em exteriores, como o Aqui Portugal, La Féria, 10 de Junho, 7 Maravilhas, Pátio Alfacinha, entre outros, com todos os riscos que daí advêm quer no transporte dos trabalhadores em viaturas de nove lugares, alojamento em hotéis e refeições ”catering”, para além dos programas de informação, que inevitavelmente originam deslocações de equipas, numa fase em que se assiste ao aumento exponencial de infecções na área de Lisboa e Vale do Tejo, tendo o STT transmitido a opinião que pelas razões atrás descritas considerava a medida precipitada e que se deveriam manter por mais algum tempo as “equipas estanques”.
O STT retomou a questão do pagamento a 100% aos trabalhadores que tenham sido infectados por Covid 19, assunto já colocado na anterior reunião, e que até ao momento não obteve resposta conclusiva.
O STT lembrou a importância da disponibilização, através dos Serviços Médicos da Empresa, de testes sorológicos a todos, e em regime de voluntariado, para assim existir uma maior percepção geral da pandemia na Empresa.
Sugerimos ainda que seja feita a medição da temperatura a todos os trabalhadores e convidados que tenham acesso aos vários locais da Empresa e nos trabalhos feitos pelas equipes de exteriores da produção.
Colocámos ainda duas questões relativas a trabalhadores da Central Técnica da Rádio, a respeito das dificuldades existentes com a execução de teletrabalho, e com a não observação do compromisso assumido pela Empresa na adaptação dos horários aquando do início da pandemia, e sobre os quais foram enviados ofícios, dos quais ainda aguardamos resposta.
O CA comprometeu-se a analisar e tentar dar resposta a todas as questões levantadas, e a manter abertura para, em função da evolução da situação, construir um diálogo que permita que ultrapassemos esta situação com a menor penosidade para todos.
O STT lembrou ao CA, a necessidade de “desconfinamento” de matérias como “enquadramentos”, e exigimos respostas aos diversos ofícios por nós enviados. Não toleramos situações de assédio moral ou de clara injustiça, isto é, abuso de funções pedidas e/ou executadas pelos trabalhadores, sejam ou não nossos associados, e que representam uma clara distorção do AE em vigor.
Após analise feita pelo gabinete jurídico do STT ao contrato de teletrabalho tipo, enviado pela RTP, enviamos a resposta que no essencial chama a atenção para as seguintes questões: equipamentos a utilizar pelos trabalhadores em teletrabalho; despesas com eletricidade, internet e outras; saúde dos trabalhadores; isolamento dos trabalhadores; etc.
Aguardamos respostas a todas estas questões.