Perante a situação muito preocupante que se vive no complexo industrial de Sines e na região, os trabalhadores vão realizar no dia 21, quinta-feira, em Sines, uma marcha pelo emprego, confirmou o SITE Sul. A marcha, em «cordão humano», sairá pelas 18 horas do Jardim das Descobertas para o Jardim da República (Rossio), e contará com a participação de Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN.
Numa nota à imprensa, a informar os contornos da iniciativa, o sindicato recordou os seus objectivos, definidos num plenário, dia 4:
- Pela defesa do emprego;
- Pela readmissão de todos os trabalhadores despedidos;
- Pelo fim da precariedade, com a passagem de todos os trabalhadores a efectivos nas várias empresas, porque a um posto trabalho permanente, deve corresponder um vínculo efectivo, para que os trabalhadores tenham estabilidade no emprego;
- Atribuição do subsídio de desemprego a todos os trabalhadores, sem qualquer excepção;
- Termo da discriminação no valor da hora de trabalho, com actualização para 21,00 euros.
O sindicato insiste que a situação social que se vive no complexo industrial de Sines é muito complicada e, caso não se tome medidas urgentes, a tendência será para agravar-se, com consequências terríveis.
Num comunicado de dia 12, aos trabalhadores e à população, refere-se que existem milhares de trabalhadores desempregados, muitos deles sem direito ao subsídio de desemprego. Os trabalhadores foram empurrados para esta situação há mais de dois meses e sem perspectiva de que no curto prazo ela venha a ser resolvida.
Grandes empresas têm responsabilidades
As grandes empresas industriais do complexo são as maiores empregadoras locais e representam milhares de empregos indirectos.
Até agora, estas empresas não quiseram proteger o emprego e permitiram que muitos trabalhadores fossem despedidos. Aliás, acusou o SITE Sul, fingem ignorar que a responsabilidade social impunha, no início da pandemia, que todas elas salvaguardassem todos os postos de trabalho.
Mas as prioridades vão para os accionistas e tornam ainda mais incompreensível a situação. Veja-se a recente distribuição de dividendos na Galp Energia (577 milhões de euros) e na EDP (695 milhões).
O sindicato sublinhou que as grandes empresas industriais têm responsabilidades concretas pelo relançamento de todos os investimentos previstos. Caso não procedam desta forma, não só ficará abalada a sua imagem pública, como ficará esclarecido o papel real que elas desempenham no desenvolvimento da economia local, regional e nacional.
FONTE: FIEQUIMETAL