“As crianças não podem ser consideradas ‘bagagem’ deixada em depósitos” protesta o SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário. Os trabalhadores ferroviários estão agora obrigados a deixar os filhos menores de 12 anos nas poucas escolas abertas para o efeito e o sindicato questiona sobre o controlo da doença e a higienização desses espaços, onde as crianças são ‘deixadas’ num meio estanho para elas, sem os seus professores e amigos.
Informação do SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário:
Retrocesso no retorno à actividade
Os trabalhadores estão agora obrigados a deixar os filhos menores de 12 anos nas poucas “escolas” abertas para o efeito. Perguntamos se é correto deixá-los com crianças que não conhecem no quadro actual epidémico? Existe espaço suficiente e a higienização está a ser realizada conforme as orientações da DGS? Há 100% de certeza que não existem crianças infectadas que contagiem outras e por sua vez os pais e familiares? Independentemente de isto ser possível suportado pelo Decreto Lei, o SNTSF considera não ser justo para os pais e muito menos para os seus filhos que possam estar ou não fragilizadas psicologicamente por não estarem junto dos seus professores e amigos sejam colocadas e expostas a esta irrealidade. As crianças não podem ser consideradas “bagagem” deixadas em depósitos com prejuízo de por em causa a sua saúde e o seu futuro.
Novas funções sem negociação do RC?
Com medidas tomadas tardiamente, algumas nem sequer vistas conforme orientações da D.G.S., sempre denunciado pelo SNTSF, deparamo-nos agora com informações da CP, como “Medidas de Bio-Segurança” onde são claras as insuficiências na aquisição e distribuição dos equipamentos de protecção aos trabalhadores. O SNTSF não pode concordar com a “desinfecção” das mascaras utilizadas pelos trabalhadores e perguntamos se as mesmas são reutilizáveis? E saber que a ordem partiu de quem sabe que tecnicamente é o procedimento incorrecto. Registamos o comportamento das autoridades na fiscalização dos utentes que utilizam os transportes públicos sobre a utilização das máscaras, mas questionamos, quem fiscaliza as empresas sobre o material entregue aos trabalhadores, sabendo que existe quem quer fazer de material descartável, material reutilizável, perdendo assim as características de protecção, tanto aos trabalhadores como aos utentes que utilizam o transporte ferroviário?
O SNTSF, exige que todos os locais de trabalho sofram intervenções no sentido da sua higienização, podendo em casos excecionais e salvaguardando a formação e o tempo necessário, esta tarefa possa ser efectuado pelos próprios trabalhadores, nomeadamente as cabines de condução.
Na reposição a 100% do serviço, quem garante os 2/3 na lotação dos suburbanos? São contabilizados os utentes que vão em pé? A empresa considera que estão reunidas as condições para ser feita a revisão nos comboios? Os trabalhadores têm luvas descartáveis para aceitar o título de transporte da mão dos utentes? Os trabalhadores dentro das bilheteiras vão conseguir ver garantido o distanciamento entre si ou a empresa colocará barreiras de acrílico? As marcas no chão para distanciar os utentes da bilheteira e garantir o espaço entre si vão finalmente ser colocadas?
São perguntas pertinentes às quais exigimos respostas concretas e urgentes e não respostas vagas e fora de tempo útil como tem sido hábito da empresa CP:
Trabalhadores de risco
A informação da empresa informa que os trabalhadores com doenças crónicas ou outras vão ter que ir trabalhar, se ficarem em casa não vão receber independentemente de ser considerado falta justificada. Esta situação revela que para a empresa, os trabalhadores são apenas números, não existindo qualquer sensibilidade para os problemas de saúde que os trabalhadores padecem, sendo muitos deles originados pela organização de trabalho a que estiveram sujeitos ao longo dos anos.
O SNTSF com os trabalhadores
O combate à pandemia Covid-19 obriga a que a maioria dos dirigentes e delegados sindicais não exerça a sua atividade sindical no terreno. No entanto não estamos parados devendo, por isso, os trabalhadores contar com todo o efetivo do SNTSF para a resolução de problemas pois, esses não param e a própria pandemia serve de desculpa para atacar os direitos laborais.
Em qualquer hora, em qualquer ocasião o SNTSF diz PRESENTE na defesa dos direitos dos trabalhadores.
FONTE: SNTSF