Questionada ontem pela comissão negociadora sindical, a administração da EDP voltou a não indicar uma data para a retoma das negociações salariais, que faz depender do levantamento do estado de emergência. Mas este não estorvou, há uma semana, a distribuição de quase 695 milhões de euros aos accionistas.
Na reunião de ontem, sobre a situação actual, a comissão negociadora sindical (CNS/Fiequimetal) insistiu com a administração para que ficasse definida uma data para a retoma da negociação salarial. Mais uma vez a resposta foi negativa, tendo sido remetida para dia 29 de Abril ou 6 de Maio uma possível alteração de posição, caso o estado de emergência seja levantado.
Como se refere numa informação aos trabalhadores, foi reiterada a exigência de retoma das negociações salariais urgentemente, por parte da CNS, que acusou a administração de ter aproveitado a crise sanitária para ir «empurrando com a barriga» a sua falta de vontade de acordar um real aumento dos salários.
O «prémio» afinal não é
Foram solicitados esclarecimentos sobre declarações do CEO da EDP, António Mexia, em entrevista divulgada no Workplace (rede social interna), anunciando a atribuição de um prémio de dois mil euros aos técnicos que têm estado na linha da frente.
Ficou-se a saber que, afinal, a novidade se resume à decisão da assembleia de accionistas de efectuar a distribuição de resultados, nos mesmos moldes dos anos anteriores.
Para a CNS/Fiequimetal, o termo utilizado na entrevista não foi mais que «embandeirar em arco» sobre a distribuição de resultados, para iludir os mais incautos.
Receituários e colónias de férias
Nesta informação, dá-se conta da resposta da administração em relação aos problemas na emissão de receituário, provocados pelo ataque informático. Os problemas foram ultrapassados, estando o sistema já em funcionamento regular.
Também foi comunicado que, finalmente, os trabalhadores podem pedir os reembolsos médicos enviando os documentos por correio eletrónico e guardando os respectivos originais.
Num comunicado anterior à reunião com a administração, a CNS/Fiequimetal reagiu a incertezas colocadas pelos representantes patronais quanto à realização, ou não, das habituais colónias de férias para os filhos e netos dos trabalhadores.