Os Trabalhadores do Pingo Doce/Jerónimo Martins em quarentena e com filhos menores estão a ser obrigados a ir trabalhar no período da Páscoa porque a empresa alargou o horário de abertura, aumentou o número de clientes dentro das lojas e ainda impõe ritmos de trabalho de 10 horas diárias, denuncia o CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços:
Os Trabalhadores do Pingo Doce/Jerónimo Martins em quarentena e com filhos menores estão a ser obrigados a ir trabalhar no período da Páscoa
Há trabalhadores que estão a ser assediados para interromper essa quarentena para trabalharem na época da Páscoa, tendo em vista um objectivo puramente economicista de fomento do consumismo, contrário ao período que vivemos em que é pedida uma maior contenção às pessoas e deslocações restringidas ao essencial.
Acresce que não estão a ser atribuídas condições equitativas a todos os trabalhadores do Pingo Doce, uma vez que desta forma nem todos cumprirão o período de “resguardo quinzenal”, como é referido no próprio site do Pingo Doce.
Trata-se de uma questão de saúde pública, com impacto mundial, e o Pingo Doce continua a pensar apenas no lucro.
O alargamento do horário de abertura para os clientes é um incentivo de confiança para que as pessoas possam andar a passear nos supermercados;
Foi aumentado o número de clientes dentro das lojas, existindo muitos clientes junto dos balcões, sem respeito pela distância social;
Os trabalhadores continuam com brutais ritmos de trabalho, laborando 10 horas por dia, com horários de trabalho desregulados alterado constantemente.
Está em causa o direito à organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar.
E para além disso, o direito à prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde, o direito ao repouso e a um limite máximo da jornada de trabalho.
O que o Pingo Doce quer é ter trabalhadores disponíveis a todas as horas e todos os dias, sem vida própria, mas com salários para apenas sobreviver e não para viver, tudo para poder amealhar milhões e milhões de lucros, pagando impostos na Holanda e pagar salários milionários aos gestores.
Pedro Soares dos Santos levou 1,9 milhões de euros em 2019, o equivalente a 140 salários dos trabalhadores da empresa.
O “Vírus da Ganância e do Lucro” está de tal modo enraizado, que parece mais difícil de combater que o próprio COVID-19.
Continua a ser colocado em primeiro lugar a ganância do lucro e só muito depois a saúde e até a vida dos trabalhadores.
Solicitamos à empresa que definam e cumpram um Plano de Contingência;
Tem que ser respeitado o espaço entre as caixas, sendo ocupadas em alternância, com respeito pela distância entre trabalhadores e clientes;
É necessário o aumento do número de trabalhadores para as funções de limpeza, que continua insuficiente em vários espaços das lojas.
Continuamos a lutar e a exigir do Pingo Doce/Jerónimo Martins respeito pelos trabalhadores e pelos seus direitos!
FONTE: CESP