“O “Vírus da Ganância e do Lucro” está de tal modo enraizado que parece mais difícil de combater que o próprio COVID-19”, conclui o SINTTAV - Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, a partir das informações que lhe chegam sobre os problemas nos locais de trabalho.
O SINTTAV divulgou hoje o seguinte comunicado:
COVID-19
PARA O SINTTAV - PRIMEIRO A SAÚDE DOS TRABALHADORES.
PARA AS EMPRESAS - PRIMEIRO A OBSESSÃO DO LUCRO.
“Vírus da Ganância e do Lucro”
“O “Vírus da Ganância e do Lucro” está de tal modo enraizado que parece mais difícil de combater que o próprio COVID-19”, conclui o SINTTAV - Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, a partir das informações que lhe chegam dos locais de trabalho.
• Muitos locais de trabalho, incluindo lojas de telecomunicações, sem ao menos terem desinfectante para as mãos desde o início da calamidade.
• Call Centers sem respeitarem o espaço entre posições, ou seja, sem serem ocupadas alternadamente.
• O Teletrabalho continua a não ser facultado em muitas empresas onde podia ser, não obstante o Decreto-lei 10/2020, no seu artº. 29º determinar que, “Durante a vigência do presente decreto-lei, o regime de prestação de teletrabalho pode ser determinado unilateralmente pelo empregador ou requerida pelo trabalhador, sem necessidade de acordo das partes, desde que compatível com as funções exercidas”.
• A limpeza em vários espaços, continua insuficiente, porque não foi aumentado o número de trabalhadores para o desempenho destes serviços.
• Os Técnicos das diversas Empresas de Telecomunicações, MEO, NOS, VODAFONE e NOWO/ONI, bem como das prestadoras de serviços para estas, que contactam com os clientes para reparação de avarias, continuam a não ter os EPI necessários.
ÓBVIO.É mais que evidente que o mundo atravessa uma calamidade sem precedentes à escala planetária, com o COVID-19 a espalhar-se rapidamente por todos os Continentes.
O COVID-19 é um vírus mortal para o qual ainda não foi possível encontrar resposta científica no campo da medicina e como ele se propaga muito rápido, vai deixando, dia a pós dia, inúmeros infectados e mortos, sempre em número crescente.
O SINTAV, desde o princípio da Pandemia que assumiu uma posição pública muito clara – Primeiro a Saúde e a vida dos trabalhadores, só depois os lucros.
Nessa sequência o SINTTAV enviou um documento a todas as Empresas onde tem associados, inscrevendo nele as prioridades que em seu entender deviam ser tomadas e fazendo um claro APELO às Empresas para que assim procedessem:
• Dando prioridade ao Teletrabalho em todas as situações que esse pudesse ser realizado.
• Solicitando às Empresas que definissem e cumprissem um Plano de Contingência.
• Sabendo que as Empresas de Trabalho Temporário e Outsourcing, são aquelas onde os trabalhadores mais riscos correm dada a grande concentração destes, principalmente nos Call Centers, solicitava-se às Empresas detentoras dos serviços que exercessem uma vigilância apertada e forçassem as Prestadores de serviços a cumprir o Plano de Contingência.
Do documento enviado a todas as Empresas, foi dado conhecimento aos três Ministérios mais directamente envolvidos no combate à Pandemia – Ministério da Saúde, da Administração Interna e do Trabalho.
Mas na grande parte da Gestão das Empresas, o “Vírus da Ganância e do Lucro” está de tal modo enraizado, que parece mais difícil de combater que o próprio COVID-19.
Mesmo assim, depois de ter sido decretado o Estado de Emergência e do Governo ter aprovado as medidas que julgou necessárias e das orientações vindas dos Ministérios e da DGS sobre as medidas a implementar, para várias Empresas continua a ser como se nada disto existisse, se não houvesse a COVID-19, se a OMS não tivesse decretado que se tratava já duma Pandemia, assim :
• Há muitos locais de trabalho, incluindo lojas de Telecomunicações, sem ao menos terem desinfectante para as mãos desde o início da calamidade.
• Call Centers sem respeitarem o espaço entre posições, ou seja, sem serem ocupadas alternadamente.
• O Teletrabalho continua a não ser facultado em muitas empresas onde podia ser, não obstante o
Decreto-lei 10/2020, no seu artº. 29º determinar que, “Durante a vigência do presente decreto-lei, o regime de prestação de teletrabalho pode ser determinado unilateralmente pelo empregador ou requerida pelo trabalhador, sem necessidade de acordo das partes, desde que compatível com as funções exercidas”.
• A limpeza em vários espaços, continua insuficiente, porque não foi aumentado o número de trabalhadores para o desempenho destes serviços.
• Os Técnicos das diversas Empresas de Telecomunicações, MEO, NOS, VODAFONE e NOWO/ONI, bem como das prestadoras de serviços para estas, que contactam com os clientes para reparação de avarias, continuam a não ter os EPI necessários.
Isto não é alarmismo, é a realidade. O SINTTAV bem gostava de fazer outra informação, que valorizasse de forma geral, a atitude das Empresas, num combate colectivo e sem tréguas a esta terrível Pandemia.
Mas o que denunciamos não tem que ver com alarmismo, é a realidade do que se passa ainda em muitas Empresas, nas quais, a Gestão destas, a começar pelas chefias da hierarquia mais baixa, o que continua a ser colocado em primeiro lugar, é a ganância do lucro e só muito depois a saúde e até a vida dos
trabalhadores.
Neste contexto, o SINTTAV faz dois Apelos:
Um, à Gestão das Empresas, desde o topo da hierarquia até às chefias que estão mais próximos dos trabalhadores e que ainda não compreenderam a gravidade da situação que deriva da Pandemia da COVID-19, que sejam capazes de vestir a “camisola do humanismo” e sejam capazes de colocar a Saúde e a vida dos trabalhadores à frente da ganância do Lucro e façam tudo para evitar males maiores, porque se a catástrofe acontecer, depois já não há remédio.
Outro, a toda a estrutura do SINTTAV, Dirigentes e Delegados Sindicais e aos trabalhadores em geral, que nos façam chegar todas as situações que se verifiquem nos vossos locais de trabalho e que não são compatíveis com o Estado de Emergência e os Planos de Contingência, para que o SINTTAV as possa tratar junto de quem entender que pode e deve actuar em tais circunstâncias.
Temos que ser nós os fiscais implacáveis da aplicação das medidas de combate à COVID-19.
UMA EVIDÊNCIA. Todos, dedicando o máximo empenho na aplicação das medidas mais adequadas não somos demais para combater esta terrível Pandemia, mas podemos ser suficientes para a minimizar o máximo possível. Assim todos queiram.
UM ALERTA. Nem os maiores cientistas sabem quando esta Pandemia vai ser erradicada, porque este terrível Vírus não se vê.
Mas o que já parece bem evidente, é que após a erradicação da COVID-19, o mundo nunca mais voltará a ser o que era.
Antes, o foco dos poderosos, era:
• O dinheiro, a ganância, os lucros, o poder.
• Os trabalhadores explorados até à medula, o respeito pelo semelhante, os amigos e em muitos casos a família, nada disto para eles contava.
Agora, nem um beijo, um abraço ou um aperto de mão se pode dar a um familiar ou amigo.
No futuro, certamente vão reflectir e concluir que a vida tem coisas muito mais importantes que o dinheiro e a opulência e por isso vamos seguramente ter outro mundo, mais humano e solidário.
FONTE: SINTTAV - Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual