A concentração realizada na quarta-feira à tarde na sede da EDP, na altura em que ali decorria a assembleia de accionistas, integra-se numa luta que tem por objectivo eliminar diferenças e discriminações que afectam, em particular, os mais jovens. Este problema só pode ser resolvido com a luta dos trabalhadores, para a qual a unidade é condição fundamental.
Numa saudação aos trabalhadores das empresas do Grupo EDP, a Fiequimetal salienta que a unidade vai crescer e a luta vai continuar.
A FIEQUIMETAL e os seus sindicatos saúdam os trabalhadores que, de forma determinada, participaram no protesto, bem como todos aqueles que fizeram greve, como forma de demonstrarem o descontentamento resultante da desvalorização profissional por que a Administração é responsável.
Os lucros alcançados nos últimos anos pela EDP contrastam com a estratégia de nivelar, por baixo, as condições de trabalho e de remuneração.
Embora a Administração afirme ser esta uma empresa socialmente responsável, a verdade é que hoje existem duas imagens da EDP: aquela que serve os interesses dos accionistas e aquela que promove a desvalorização profissional dos seus trabalhadores, que se sentem mal tratados.
Para cimentar a unidade e desenvolver a luta, são reafirmadas as reivindicações dos trabalhadores:
• Uma clara melhoria das condições de progressão nas carreiras e nas remunerações, assim como a resolução das discriminações existentes;
• A negociação rápida das matérias pendentes do Acordo Colectivo de Trabalho, designadamente, as colónias de férias, os subsídios de estudo a descendentes, a saúde, bem como a melhoria do sistema «flex» e da avaliação de desempenho;
• A melhoria das condições de trabalho, em particular quanto aos desumanos ritmos que são impostos e aos intervalos de descanso entre jornadas de trabalho.
Na resolução que foi aprovada durante a concentração e depois entregue na sede, ao cuidado da Administração, alerta-se igualmente todos os trabalhadores das empresas do Grupo EDP para a necessidade de continuarem a unir esforços na defesa dos seus interesses, pois só através da luta podem vir a recuperar direitos e a melhorar as suas condições de vida.
Contestação já resultou
Devido ao aumento da contestação nos locais de trabalho, a administração já reconheceu a necessidade de melhorar as progressões no início de carreira. Na resolução defende-se que é urgente reconhecer e resolver discriminações derivadas da contratação avulso destes trabalhadores e do tratamento diferenciado entre trabalhadores no próprio ACT.
Outros problemas continuam a atingir a generalidade dos trabalhadores.
Vários compromissos, anteriormente assumidos, têm sido constantemente adiados, sem que seja aplicada uma solução que, em alguns casos, até já tinha ficado acordada, designadamente no que respeita a subsídios de estudo, colónias de férias e conteúdos do sector da saúde.
Outras matérias, como o sistema «Flex», são passíveis de melhorias, assim como o sistema de avaliação de desempenho que, actualmente, serve como ferramenta de gestão para limitar ou travar as progressões nas carreiras e provoca desigualdades, nomeadamente na distribuição de resultados. Tais matérias devem ser revistas.
Plano perigoso até 2022
Nas intervenções de dirigentes sindicais e outros trabalhadores e na resolução foi deixado um alerta para as consequências que poderá ter, para os trabalhadores e para o País, a aplicação do plano estratégico 2019-2022, com o qual a administração visa realizar lucros rápidos para distribuir pelos accionistas, à custa da desvalorização patrimonial da empresa.
Significativo é o facto de os accionistas terem decidido pagar a si próprios 694,74 milhões de euros, em dividendos relativos ao exercício de 2018, quando neste ano o lucro (resultado líquido) foi de 519 milhões.
FONTE: FIEQUIMETAL