Os trabalhadores da Petrogal mostraram ontem que estão unidos e determinados a manter a luta em defesa dos direitos e para que estes sejam aplicados a todos aqueles que efectivamente trabalham para a refinaria.
Ao fim de 43 dias consecutivos de greve, com um impacto na redução das exportações da empresa estimado em 36 milhões de euros, os trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal - tanto os que estão contratados pela principal empresa do Grupo Galp Energia, como os que têm vínculo a empreiteiros, como o consórcio CMN/Martifer - realizaram durante a manhã de 14 de Fevereiro uma grande concentração frente à portaria principal daquele complexo industrial.
Já com a greve a decorrer na Petrogal, o pessoal da manutenção tinha aprovado um voto de solidariedade com esta luta, durante um plenário, a 9 de Janeiro, em que decidiram o seu caderno reivindicativo para 2019.
Agora, o SITE Sul convocou todos os trabalhadores, de todas as empresas que laboram no complexo petrolífero, para uma jornada comum, em defesa da contratação colectiva e dos direitos nela consagrados (e que a empresa quer destruir), por melhores condições de trabalho e para que os contratos sejam assumidos directamente pela Petrogal.
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal, e Helder Guerreiro, dirigente do SITE Sul e da Comissão de Trabalhadores da Petrogal, valorizaram e estimularam a luta em curso e apelaram à administração, para que deixe de atacar os direitos e o Acordo Colectivo de Trabalho e, de uma vez por todas, encete um processo de diálogo com os sindicatos.
Foi também criticada a atitude persecutória e repressiva da empresa, tal como a cumplicidade activa do Governo, que emite despachos a coartar o exercício do direito de greve e, perante as ilegalidades patronais, não intervém.
A luta, como foi salientado nas intervenções sindicais, vai continuar, com o prolongamento da greve até ao final de Março, porque a administração mantém a sua posição irredutível.