A gerência da Preh Portugal, na Trofa, mostrou num comunicado interno, como tenta lançar areia para os olhos e semear a confusão e a divisão. A resposta será dada nos plenários de hoje. O SITE Norte já formalizou a convocação de greves.
Num comunicado que emitiu, o sindicato acusa a Preh de não querer entender as razões da luta dos trabalhadores e reage à comunicação interna da empresa.
A gerência enveredou por este caminho porque está preocupada, aflita até, com a greve «tão mal participada» e disfarça o seu desespero dizendo, por exemplo, que a adesão à greve «saldou-se por uma significativa minoria relativamente ao universo dos colaboradores da empresa», mas não contabiliza os mais de sessenta trabalhadores do 3.º turno e do horário normal, que também fizeram greve.
A Preh também prefere ignorar que a luta é participada pelos trabalhadores dos sectores produtivos, o que equivale a dizer que muito mais de metade da produção entra nas contas da luta.
Não fosse o abuso da empresa na contratação precária e teríamos a maioria desses jovens nesta luta, pelos seus próprios direitos e pelos direitos de todos.
Os trabalhadores não lutam por incitamentos «dinamizados por estranhos à empresa», mas por consciência de que só serão ouvidos através da sua luta, contra o trabalho aos sábados, a discriminação do «nocturno», a ilegalidade da «bolsa», a ridícula e humilhante «compensação salarial» e o abuso na contratação de centenas de trabalhadores com vínculos precários.
Exige-se à Preh que reconheça aos trabalhadores o direito de estarem organizados no seu sindicato, o SITE Norte. Ao atacar a organização sindical, como sendo composta por «estranhos à empresa», a gerência ofende o princípio constitucional do direito dos trabalhadores à sua filiação e organização sindical na empresa.
A Preh devia, isso sim, respeitar o direito ao trabalho estável, com as garantias da lei, em vez de impor aos novos trabalhadores a canga da precariedade, para esmagar os seus direitos mais elementares; devia abandonar as práticas de assédio moral, com que procura fomentar a divisão.
Mas a gerência não vai conseguir dividir para reinar. Os trabalhadores estão unidos e saberão continuar a luta, porque não aceitam a imposição de sacrifícios, enquanto uns poucos engordam com salários chorudos e prémios abusivos e a multinacional arrecada 75 milhões de euros de lucros (total dos últimos seis anos).
O sindicato assegura que os trabalhadores estão indignados e que, nos plenários de 6 de Abril, vão decidir que a luta vai continuar, até que as suas legítimas reivindicações sejam atendidas.
O SITE Norte já apresentou um pré-aviso de greve de uma hora por turno, para as próximas quintas-feiras (dias 12 e 19 de Abril), e de hora e meia por turno, para dois sábados (14 e 21 de Abril).
Do caderno reivindicativo apresentado à gerência são destacados três pontos: aumento salarial de quatro por cento, fim do trabalho aos sábados e complemento nocturno, das 20 às 22 horas, para todos os trabalhadores, a par da reposição dos direitos sociais retirados.
Fonte: FIEQUIMETAL