A administração da Somincor continua sem nada fazer para resolver o conflito, antes está a agravá-lo. Tentou subornar quatro trabalhadores, para que abandonassem a luta, mas eles resistiram e decidiu afastá-los das suas funções. Está convocada greve para dias 26, 28 e 29 de Março.
A situação na empresa do Grupo Lundin Mining, concessionária das minas de Neves-Corvo, foi analisada em plenário geral de trabalhadores, realizado no domingo, nas instalações do STIM em Aljustrel. Por unanimidade, foi decidido marcar estes três dias de greve e a direcção do sindicato ficou mandatada para convocar novas greves nos próximos meses, se necessário.
A administração tem em mãos a obrigação de responder às exigências de horários humanizados, para os trabalhadores do fundo da mina, e de antecipação da idade de reforma, para os trabalhadores das lavarias e áreas adstritas.Por estes objectivos, os trabalhadores, organizados no STIM, fizeram greves em Outubro, Novembro e Dezembro e manifestaram-se frente ao Ministério do Trabalho, em Lisboa.
O sindicato esteve sempre disponível para equacionar e levar à consideração dos trabalhadores todas as possibilidades.
A administração, com um novo presidente que não se mostra diferente do antecessor, intempestivamente substituído pela multinacional em Janeiro, insiste na única e esgotada imposição de um horário com quatro jornadas de trabalho consecutivas, prevendo que nesses quatro dias cada trabalhador permaneça 10 horas e 42 minutos no fundo da mina.
No arremedo de votação que promoveu no final de Fevereiro, a administração chamou os trabalhadores a pronunciarem-se apenas sobre este horário, desprezando, mais uma vez, as propostas dos trabalhadores que permitem responder às necessidades da produção.
A mais recente posição patronal sobre a antecipação da idade de reforma constituiu uma afronta à inteligência dos trabalhadores. A administração insiste em fugir à negociação com o STIM e privilegia a tentativa de divisão e manipulação de trabalhadores.
Com estas atitudes, a administração apenas agrava o conflito.
O novo presidente da administração alegou que necessitava de tempo, indicando a data de 12 de Fevereiro para uma nova proposta. Mas o comportamento no dia-a-dia e as posições que tem defendido junto do Governo demonstram que a administração da Somincor continua irredutível nas suas posições e não quer negociar.