A FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e os seus sindicatos filiados, vão realizar uma ação de protesto, no próximo dia 27, Dia Mundial do Turismo, à porta da 3.ª Cimeira do Turismo Português que vai decorrer no Museu do Oriente, em Lisboa, para fazer ouvir as suas razões de queixa dos patrões do turismo. A Cimeira é organizada pela Confederação do Turismo Português, a qual não convidou os sindicatos do setor, provavelmente porque não pretende ouvir a voz dos trabalhadores que recebem salários miseráveis, que não são atualizados há vários anos e que são vitimas da precariedade.
Segundo os dados do INE divulgados dia 15 do corrente, a hotelaria a nível nacional registou 2,1 milhões de hóspedes e 6,5 milhões de dormidas em julho de 2016, equivalendo a crescimentos homólogos de 10,2% e 7.0%. A taxa de ocupação –cama aumentou 2,15 para 65.0%. Os proveitos totais aumentaram 16.8% e os de aposento 17.5%. O rendimento médio por quarto disponível (RevPar) foi de 63,6 euros, correspondendo a um acréscimo de 13.4%.
Não obstante a situação excelente que o setor atravessa desde 2013, associações patronais insistem na retirada de direitos e no congelamento salarial.
Há tabelas salariais e contratos coletivos de trabalho que não são revistos desde 2009.
Portugal é o melhor país da europa em turismo. Nascem hotéis e hostels por todo o lado.
Os preços da hotelaria e da restauração sobem todos os dias, há regiões onde sobem 20% num mês.
A precariedade generaliza-se no setor e põe em causa, de forma grave, a qualidade de serviço e os direitos dos trabalhadores. Há hotéis que praticamente já não têm trabalhadores.
O governo tem de intervir, tem de obrigar os patrões a darem aumentos salariais, a desbloquearem a contratação coletiva e a porem termo à precariedade.