O Grupo Trofa Saúde controla todas as idas à casa de banho dos trabalhadores do call center da Trofa.
Nesta central de contactos do grupo, os trabalhadores são obrigados a registar um código (WC) no computador que usam quando se deslocam à casa de banho.
Esta situação ilegal que já dura há muito tempo, foi agravada na semana passada quando a empresa decidiu afixar no quadro o tempos diários despendidos pelos trabalhadores nas pausas, que inclui pausas para a refeição e pausas para a casa de banho.
O sindicato protestou de imediato junto da empresa e esta retirou do quadro o referido controlo.
Contudo, no dia seguinte, voltou a colocar o mesmo, perante a indignação geral dos trabalhadores.
Este comportamento da empresa viola a Lei e a Constituição da República Portuguesa, fere a dignidade dos trabalhadores e representa uma pressão enorme sobre os trabalhadores.
O Grupo Trofa Saúde é um dos maiores grupos económicos do setor da hospitalização privada em Portugal, tem 16 hospitais a nível nacional e anunciou recentemente a abertura de um hospital em Luanda. Mas este grande crescimento também tem sido feito à custa da exploração desenfreada dos trabalhadores.
Nas suas unidades de saúde, o Grupo Trofa Saúde implementou um sistema de banco de horas ilegal, os trabalhadores são obrigados a trabalharem 10, 12 e mais horas diárias sem pagamento de qualquer trabalho suplementar, têm horários imprevisíveis e desregulamentados que poem em causa, de forma grave, a vida pessoal e familiar dos trabalhadores, não paga a muitos trabalhadores o subsídio de turno de 15% previsto na contratação coletiva, não classifica devidamente os trabalhadores, paga salários muito baixos, recusa aplicar a contratação coletiva aos trabalhadores das centrais de contactos, recusa o diálogo com o sindicato e recusou participar numa reunião no Ministério do Trabalho requerida pelo sindicato.
O sindicato solicitou, uma vez mais, a intervenção urgente da Autoridade para as Condições de Trabalho e vai promover reuniões com os trabalhadores para analisar a situação e decidir as medidas a tomar.
FONTE: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte