Trabalhadores do sector do turismo exigem aumentos salariais

4696FESAHT realiza uma concentração de protesto dos trabalhadores dos hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares do Norte e Centro, no próximo dia 16 do corrente, pelas 11 horas, à porta da associação patronal APOHRT, na Praça D. João I, no Porto.

Segundo os dados do INE, o setor do alojamento turístico, em Portugal, registou 12,1 milhões de hóspedes e 30,5 milhões de dormidas no primeiro semestre de 2019, o que significa um aumento de 7,6% e 4%, respetivamente.

Também os proveitos cresceram 7,6% nos primeiros seis meses de 2019, registando 1.781,9 milhões de euros. No mês de junho de 2019 registou-se 2,7 milhões de hóspedes e 7,1 milhões de dormidas, o que significa um aumento de 9,7% e 5,6% respetivamente em relação ao mês de maio. Os proveitos aceleraram e apresentaram, no total, um crescimento de 11,8%, totalizando 466,0 milhões de euros. Os proveitos de aposento cresceram 12,1% totalizando 351,6 milhões de euros.

Do conjunto aglomerado de todos estes indicadores francamente positivos, resulta necessariamente um aumento muito significativo dos proveitos totais dos alojamentos turísticos que, entre os anos de 2013 e 2018 aumentaram cerca de 2000 milhões de euros, o que representa um aumento estonteante de 92,8%, ou seja, os estabelecimentos de hotelaria, turismo e restauração quase duplicaram os seus proveitos em apenas 5 anos. Estes valores representam um total de proveitos acumulados de cerca de 18 mil milhões de euros. No mesmo período, verificou-se também um aumento muitíssimo significativo do rendimento médio por quarto que, nestes 5 anos, se cifrou em 86%.

A FESAHT apresentou à associação patronal APHORT em outubro de 2018 uma proposta de atualização salarial para 2019 com aumentos de 4%, no mínimo 40 euros, para que o salário mínimo no setor fosse de 650 euros em 2019.

Depois de muita insistência da FESAHT, a APHORT acabou por reunir e apresentar uma proposta de 2% de aumentos salariais na tabela salarial sem qualquer aumento nas demais cláusulas pecuniárias e apenas com efeitos a junho quando o compromisso era de janeiro de 2019.

Esta proposta da associação patronal é uma afronta aos trabalhadores tendo em conta os salários baixos praticados e a excelente situação económica do setor. Recorde-se que a proposta patronal representa um aumento de apenas 12/14 euros, quando o aumento do Salário Mínimo Nacional foi de 20 euros. Por isso, não aceitamos e repudiamos tal proposta miserável da APHORT.

FONTE: FESAHT