De hoje até sexta-feira, última semana da campanha eleitoral, as organizações sindicais de professores e educadores realizam “Comícios da Indignação” no Porto, Faro, Lisboa, Évora e Coimbra, integrados na Campanha em Defesa da Dignidade Profissional.
O primeiro comício tem lugar, hoje, no Porto (Praça D. João I, às 17:30 horas). Seguir-se-ão os comícios em: Faro (21 de maio), no Jardim Manuel Bívar; Lisboa (22 de maio), no Largo de Camões; Évora (23 de maio) no Largo de Sertório, junto à Câmara Municipal; Coimbra (24 de maio), na Praça 8 de Maio.
Estes comícios surgem num momento em que governantes, vários políticos do partido do governo e os habituais comentadores de serviço desferem um fortíssimo ataque aos professores, recorrendo a mentiras com o objetivo de manipular a opinião pública.
Os professores não esquecerão as ameaças do governo ao longo de mais de ano e meio de reuniões em que o governo, assumindo uma posição de absoluta intransigência, recusou ter em conta e discutir as propostas apresentadas pelos sindicatos, pois o seu propósito foi, desde o início, apagar, no mínimo, 70% do tempo de serviço cumprido pelos docentes nos 9 anos, 4 meses e 2 ias em que as carreiras estiveram congeladas.
Este primeiro dia dos Comícios da Indignação coincide com a publicação em Diário da República da segunda modalidade de roubo de tempo de serviço aos professores, que consta do Decreto-Lei n.º 65/2019, de 20 de maio, estabelecendo o seu artigo 5.º que os docentes poderão optar, até 30 de junho, entre esta modalidade de roubo e a prevista no Decreto-Lei n.º 36/2019. A opção será manifestada através de requerimento que, no entanto, os professores deverão acompanhar de reclamação para não legitimarem, por aceitação tácita, a perda de mais de 6,5 anos de serviço.
Será, ainda, oportunidade para reagir a mais uma tentativa de ingerência do FMI que pretende a revisão das carreiras dos trabalhadores da Função Pública, desde logo as dos professores. Entende esta organização de agiotagem internacional que roubar mais de 6,5 anos de serviço aos professores é pouco e que, depois de ter provocado um choque de empobrecimento de todos os portugueses, este deverá ser ainda mais profundo em relação aos professores e, de uma forma geral, a todos os que trabalham na Administração Pública.
Por último, com estes comícios, os professores e as suas organizações sindicais pretendem reafirmar que não desistirão de lutar pela devolução do que é seu – o tempo de trabalho –, que se oporão determinadamente a qualquer tentativa de revisão da carreira docente e, em defesa da sua dignidade profissional, denunciar o clima criado por quem, irresponsavelmente, tem lançado sucessivos ataques sobre um grupo profissional que merece e deve ser respeitado.