Os trabalhadores do restaurante Clérigos, no Porto, impedidos de trabalhar, concentraram-se numa uma vigília com uma faixa e bandeiras junto à porta do estabelecimento, entretanto adquirido pelo chefe de cozinha Pedro Lemos.
A sociedade Tradições Ancestrais, pertencente a Pedro Lemos, tomou posse provisoriamente do Restaurante Clérigos,no dia 26 de Abril, na sequência de uma decisão judicial, e decidiu encerrar o estabelecimento dia 27 deixando na rua 31 trabalhadores. No dia 27 de Abril, os trabalhadores apresentaram-se ao serviço às 9 horas para trabalhar e foram impedidos de ocupar o seu posto de trabalho e de exercerem as suas funções profissionais por ordens da nova gerência.
No dia 28, quando a nova gerência compareceu no local e abriu a porta, os trabalhadores entraram e exigiram uma declaração da nova gerência em relação à sua situação, mas esta recusou e mandou chamar a PSP para os expulsar.
Os trabalhadores alertaram o sindicato que em poucos minutos compareceu no local e chamou a atenção dos agentes PSP presentes que os trabalhadores estavam no seu posto de trabalho e no seu horário e que por isso ninguém os podia tirar lá, alertado as autoridades que quem estava a praticar um crime era o novo dono que decidiu encerrar o estabelecimento sem antes proceder ao despedimento coletivo dos trabalhadores, o que, nos termos da lei, configura a prática de um crime, atendo ao disposto no artigo 316.º do Código do Trabalho, exigindo a identificação do sócio gerente da nova sociedade para o sindicato apresentar a respetiva queixa-crime.
A PSP, perante a intervenção do sindicato, ponderou melhor os seus intentos e não expulsou os trabalhadores à força. Entretanto, decorreram negociações durante várias horas com o novo dono que se viu obrigado a passar a declaração que os trabalhadores queriam. Por iniciativa do sindicato, foi requerida uma reunião urgente no Ministério do Trabalho com a anterior e atual sociedades, que estão a decorrer.
Para o sindicato, não há qualquer dúvida: a atual sociedade tem de assumir todos os trabalhadores com todos os direitos e regalias e pagar-lhes de imediato o salário de abril, podendo depois exigir este da anterior. Os trabalhadores já realizaram várias ações.
Ontem concentraram-se junto à porta do Restaurante Pedro Lemos onde fizeram uma vigília com uma faixa, bandeiras e velinhas para alumiar a consciência do Chefe Pedro Lemos, mas ele, a avaliar pela reacção, não tem consciência social e dá-se mal com o direito de indignação e protesto e mandou o segurança perturbar a manifestação, mas o tiro saiu-lhe pela culatra pois os manifestantes não se deixaram intimidar e não tiraram as velas nem as deixaram tirar. Em dado passou a PSP pareceu pôr-se ao lado do patrão em lugar de assegurar o direito de manifestação, mas prevaleceu o bom senso e a manifestação prosseguiu os seus termos até ao final.