Carvalho da Silva Na Marcha Dos Trabalhadores da GM

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TRABALHADORES DA GM/OPEL – AZAMBUJA
EM DEFESA DA FÁBRICA E DOS POSTOS DE TRABALHO

 

 

RESOLUÇÃO

 

 

Os trabalhadores da OPEL/Azambuja estão em luta para manifestarem a sua indignação, a sua revolta e o seu protesto, contra a ameaça de transferência da produção para outro país, o que, a concretizar-se, poria em causa a continuação da fábrica e, consequentemente, os postos de trabalho de milhares de trabalhadores e o futuro das suas famílias, traduzindo-se ainda num grave prejuízo para a região e para a economia do país, que veria assim diminuir a riqueza produzida em 0,6% do PIB.

Os trabalhadores consideram esta intenção da GME uma atitude de grande  irresponsabilidade social e sentem-se traídos:

- Porque assinaram um acordo social que está em vigor até Dezembro de 2007, no pressuposto de assim estar assegurada a produção da “Combo” até 2009, bem como o inicio dos preparativos para a vinda de um novo modelo para Portugal;

- Porque a GM foi subsidiada com mais de 40 milhões de euros dos nossos impostos, com o compromisso de se manter no nosso país;

- Porque há mais de 40 anos que os trabalhadores portugueses contribuem com a sua dedicação e o seu trabalho para garantir o lucro e o prestigio de que a opel tem desfrutado em Portugal e na Europa;
- Porque, graças a esse esforço, a fábrica da Azambuja é produtiva, dá lucro e é considerada um modelo dentro dos padrões estabelecidos pela própria GM;

- Porque, face à disponibilidade manifestada pelo trabalhadores para negociar, propondo soluções para corrigir a desvantagem de 500 Euros por carro que a Direcção da GM diz existir relativamente a outras fábricas, esta fugiu ao diálogo e à negociação, o que mostra que se trata de uma decisão política e não de um problema de competitividade.

É contra este comportamento e esta ameaça que os trabalhadores das fábricas da GM na Europa estão solidariamente num processo de luta que mobiliza dezenas de milhares de trabalhadores de vários países.

Perante as últimas notícias, provenientes dos responsáveis da empresa e do Governo, que apontam para um prazo de 5 semanas para a procura de soluções, os trabalhadores esperam que não seja mais uma manobra para empatar e reafirmam que o seu objectivo é garantir a continuidade da fábrica e dos postos de trabalho e, para isso, não faltará o seu empenhamento.

Assim, decidem:

  1. Reclamar da GM que cumpra todos os seus compromissos e que inicie de imediato os procedimentos e as medidas para garantir o futuro da fábrica e dos postos de trabalho.
  2. Reclamar que, para além das negociações institucionais que venham a decorrer entre o Governo e a Empresa, esta apresente o mais rapidamente possível uma proposta concreta que viabilize a continuidade da produção na Azambuja, em torno da qual se iniciem negociações com os representantes dos Trabalhadores;
  3. Reafirmar que, enquanto não se verificar vontade da parte da Empresa para modificar a sua posição, a luta vai continuar pela defesa dos postos de trabalho, não desistindo enquanto a Empresa não cumprir todos os seus compromissos;
  4. Enaltecer todas as manifestações de compreensão e solidariedade manifestadas pelos trabalhadores e pelo povo Português e pelos representantes de todos os Sindicatos Europeus presentes no Comité Executivo da Federação Europeia dos Metalúrgicos e, de uma forma particular, a acção comum dos trabalhadores da GM Europa, solidários na defesa de todas as fábricas e dos postos de trabalho.

        - Pela defesa dos postos de trabalho.  

        - Pelo cumprimento dos compromissos assumidos.

        - Exigimos justiça e respeito pela dignidade dos trabalhadores.

 

 Azambuja, 14 de Junho de 2006

 

                                                                     Os Trabalhadores em luta