No Lidl: Montanha de lucros pariu um rato de acertos salariais

A Lidl anunciou no fim de Outubro aumentos salariais, mas só algumas chefias e alguns operadores é que vão ter esse aumento.

A maioria dos Operadores, chefes de loja e de secção não vão sentir aumento do seu salário em 2023.

O que a Lidl não diz é que a realidade da maioria dos trabalhadores de lojas e entrepostos, não são 40h semanais, mas sim cargas horárias a tempo parcial (part-time de 28 horas) sendo esse aumento, na realidade, muito menor porque é proporcional à carga horária.

Foi com os trabalhadores unidos na luta, que foi possível que a Lidl comunicasse estes "acertos salariais", embora insuficiente, ficando aquém do reivindicado pelos trabalhadores.

Horários:

A Lidl continua a “usar e abusar” das alterações aos horários e do recurso de horários a part-time, com Flexibilidade para trabalhar em qualquer horário (turnos rotativos, fim de semana e feriados), com salários mensais inferiores ao Salário Mínimo Nacional.

Funções/Categorias:

A empresa continua a exigir que sejam os operadores de supermercado a limpar as lojas, casas de banho, parque de estacionamento e a controlar os clientes para evitar roubos.

As funções vigilância e limpeza que, de acordo com o contrato colectivo em vigor, não cabem aos operadores, mas sim aos vigilantes e a trabalhadores da limpeza – que a Lidl não contrata.

É urgente atribuição de um complemento para os trabalhadores das lojas e armazéns que trabalham em postos de trabalho com temperaturas controladas, nomeadamente nas funções de padaria, frio e congelados.

Verifica-se que o que a Direcção da Lidl quer é ter trabalhadores polivalentes (pau para todo o serviço) disponíveis a todas as horas e todos os dias, sem vida própria, mas com salários para apenas sobreviver e não para viver, tudo para poder amealhar milhões e milhões de lucros.

O CESP/Sindicato quer reunir com a Lidl ainda no mês de Novembro, com o intuito de negociar seriamente as reivindicações dos trabalhadores para 2023.

Os Trabalhadores da LIDL exigem:

A fixação do Salário Mínimo de entrada em 850€, no dia 1 de Janeiro de 2023;

O aumento dos salários de todos os trabalhadores com um mínimo de 100€, garantindo a diferenciação salarial dos diferentes níveis e categorias e considerando a antiguidade sem discriminações;

35h semanais para todos, sem perda de salário e com garantia de horários de trabalho dignos que permitam a conciliação entre a vida pessoal e familiar e a vida profissional;

Vigilantes e equipa de limpeza de forma permanente durante todo o funcionamento da loja.

O CESP enviou oficio ao LIDL com o Caderno Reivindicativo dos trabalhadores com proposta de reunião para a sua negociação.

Fonte: CESP