Mais justiça no sector FMEE com mais 90 euros para todos

Mais justiça no sector FMEE com mais 90 euros para todosPara mais justiça na distribuição da riqueza, cuja parte principal tem ficado do lado do lucro e dos dividendos, somando muitos milhões de euros, a Fiequimetal e os seus sindicatos exigem melhores salários, diuturnidades para todos e redução das carreiras profissionais nas empresas fabricantes de material eléctrico e electrónico.

Um aumento salarial de 90 euros para todos os trabalhadores é uma reivindicação que a federação e os sindicatos SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte mantêm.

Num comunicado em distribuição aos trabalhadores, é deixado um alerta: os valores de actualização salarial, que a associação patronal dá como orientação às empresas, são valores mínimos e também resultam da luta que os trabalhadores têm vindo a desenvolver, nos últimos meses, num conjunto de empresas.

Num sector dominado por multinacionais que nunca deixaram de laborar, nenhuma empresa está impedida de aplicar valores superiores e exige-se que assim seja, até porque o que está anunciado fica muito longe da subida do salário mínimo nacional (mais 180 euros desde 2015).

Na proposta reivindicativa apresentada à associação patronal ANIMEE para negociação, inclui-se também a exigência de diuturnidades para todos (direito hoje negado aos trabalhadores admitidos depois de 2013) e a redução das carreiras profissionais.

No comunicado são lembrados exemplos recentes de melhorias conseguidas pelos trabalhadores, com a luta, em algumas empresas.

São publicados os resultados de um levantamento feito pela federação, mostrando como os resultados líquidos (lucros) de 13 empresas do sector FMEE, nos últimos três anos conhecidos, ultrapassaram 326 milhões de euros.


ANIMEE reconhece condições

As próprias empresas do sector FMEE mostram não terem sido assim tão afectadas pela epidemia e pelas medidas para a combater. É isso que se conclui ao ler a «síntese de conjuntura» divulgada pela ANIMEE, na base de inquérito às empresas, relativa ao quatro trimestre de 2020.

Afirma-se, por exemplo, que:

- A maioria das empresas do sector apresentou um nível de liquidez satisfatório ou bom;
- Apenas três empresas afirmaram ter recorrido ao financiamento bancário no 4.º trimestre de 2020, considerando outras duas fazê-lo no 1.º trimestre de 2021, mas as restantes continuavam a não ter intenção de recorrer ao financiamento bancário;
- A esmagadora maioria das empresas esteve em pleno funcionamento durante o 4.º trimestre de 2020 e previa continuar.